- Tivemos de dar um desconto ao cliente final;
- Atuamos no mercado XXXX, onde os preços são mesmo menores;
- Foi uma concorrência brutal, contra fulano e beltrano, que, sabidamente, cobram pouco e tivemos de cobrar ainda menos para ganhar;
- O trabalho já tinha sido feito uma vez, por outro tradutor, ficou mal feito e não podemos cobrar do cliente duas traduções, estamos, inclusive, absorvendo um prejuízo;
Aceitar ou não aceitar, eis a questão! Claro que, se você está com a corda no pescoço, qualquer cinco milréis é dinheiro e eu já fiz mais de um serviço a meia-paga.
Por outro lado, se você for aceitar, pode ter certeza de que o mesmo cliente vai voltar com outro pedido de desconto: a concessão de um desconto sempre gera mais pedidos de descontos. É quase impossível migrar de meia-paga para remuneração integral, não importa qual seja o cliente.
O cliente pode até jurar que é só esta vezinha que ele vai pedir desconto e que vai haver muito mais serviço com remuneração normal e mais mil coisas, mas não demora vem outra choradinha. Se você concedeu desconto uma vez, não importa qual seja a alegação feita pelo cliente, na próxima vez ele vai lembrar que você deu o desconto e não se esquecer de pedir outro. E lá começa o chororô de novo.
Só para evitar choradeiras futuras, já vale dizer que não. Mas, como já insisti aqui mais de uma vez, tem de ser um não firme e educado.
5 comentários:
Olá, Danilo. Sou leitora há pouco, mas encontrei muitas informações preciosas aqui e que, inclusive, me levaram a procurar uma pós-graduação na área.
E, por confiar no seu vasto conhecimento, gostaria da sua opinião sobre o curso oferecido pela Mackenzie (www.mackenzie.br/153.html). Obrigada!
Traduçao é uma arte e num trabalho artístico é uma grosseria pedir desconto.
Mas nesse tempo materialista a arte virou business e nos negocios e na guerra vale tudo!
Tudo menos deixar que menosprezem nosso trabalho.
Tradutores valorizem-se!!!
Traduçao é uma arte e num trabalho artístico é uma grosseria pedir desconto.
Mas nesse tempo materialista a arte virou business e nos negocios e na guerra vale tudo!
Tudo menos deixar que menosprezem nosso trabalho.
Tradutores valorizem-se!!!
Conheço ainda outra desculpa de cliente tanga-frouxa: "é que estou com um projeto pessoal (livro, documentário, peça de teatro) e o dinheiro vai sair todo do meu bolso". Ou seja, porque sai do bolso dele é que pode cobrar quanto tenha vontade...
Se sua taxa normal é 10 e você cobrar 8, está doando 2 do seu bolso. Agora, ainda que mal pergunte, por que raios eu tenho que subsidiar o tal do "projeto pessoal" dele?
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