Muita gente ainda confunde tradução automática com memória de tradução. Lamentável, porque são tecnologias totalmente diferentes. Entretanto, desse assunto falamos aqui, e não quero, mais uma vez, repetir o que já disse tantas.
O assunto de hoje é que outro dia me apareceu isto pela frente e queria mostrar aqui. Um horror, certo? É serviço do Google Translate, caso você não tenha percebido. Agora, pouse o cursos em cima de uma frase qualquer e veja o que aparece.
Um convite para apresentarmos uma tradução melhor, certo? Quer dizer, querem que a gente faça tradução grátis para a loja de calçados, uma entidade comercial com fins lucrativos, entendeu? Nós trabalhamos grátis para eles pouparem despesas. Deu raiva? Em mim também. Confesso que aproveitei a chance e colaborei com várias sugestões escabrosas, das quais espero que eles façam bom uso. Não foi uma coisa assim, digamos, muito cristã. Mas, de vez em quando, ferve o sangue e eu faço dessas coisas.
Outro dia, postei uma mensagem em um dos diversos fóruns de que participo e, aparentemente, pelo menos um dos leitores não entendeu o que eu tinha escrito. O colega postou uma resposta dizendo que quem tem medo de tradução automática deveria mudar de profissão, porque a tradução automática jamais vai ser tão boa quanto a humana.
Se vai, se não vai, não sei. Não gosto de falar sobre o futuro. Sei que, atualmente, não é. E fico pensando em quantos tradutores estão deixaram de ganhar com essa coisa do Google Translate. Para dizer a verdade, acho muita desonestidade do Google oferecer esse tipo de serviço. O usuário, que provavelmente não distingue português de turco, não entendendo nada, crê que esteja perfeito e faz sua empresa cair no ridículo.
Ainda por cima, têm a cara-de-pau de pedir a colaboração de voluntários. Talvez você não saiba, mas a entidade que se chama ABRATES é a segunda que usa esse nome. A primeira, que depois virou sindicato, tinha um Código de Ética interessante que vedava a prestação de serviço grátis a quem pudesse pagar. Acho isso fundamental para a sobrevivência da profissão. Não encontrei o Código de Ética da ABRATES. Encontrei o do SINTRA, mas creio que não toca na questão da gratuidade dos serviços, o que me parece uma pena. De qualquer modo, não sou eu que vou "ajudar" uma empresa comercial grátis.
Redigido por Danilo, com as habituais sugestões, revisões, palpitações e puxões de orelhas da Kelli.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
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