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sábado, 8 de dezembro de 2007

Por que eu tenho que pagar o pato?

Esta história aconteceu comigo, há muitos anos, mas ainda é exemplar.

Uma empresa me pediu para eu dar uma olhadinha numa tradução para o inglês, para ver se havia alguma coisinha a mudar, porque podia ter passado algum errinho de revisão. Era o tempo do papel-que-vai, papel-que-vem e, quando abri, em uma página a esmo, me aparece the refectory counts with natural illumination. O resto era do mesmo quilate. Liguei para o cliente e disse, na lata, que o serviço tinha de ser refeito e cotei o preço.

Fez aquele teatrinho normal, fingindo-se surpreso com o valor. Disse que não podiam pagar tanto, que já tinham pagado um tradutor, e pagado muito, não poderiam pagar de novo. Essa é uma das choradas mais batidas.

Achei que era hora de levar na gozação. Aleguei quem deveria pagar o meu trabalho era o funcionário que tinha errado ao contratar um incompetente para o serviço. O homem disse que era inviável. Como segunda opção, sugeri que ele não pagasse o primeiro tradutor, porque o serviço era inútil. Também inviável.

Finalmente, pedi para o homem imaginar o seguinte: você está dirigindo seu carro com todo cuidado e vê que o guarda está anotando a sua placa. Para, pergunta qual é o problema e o guarda responde que um maluco tinha passado pelo sinal vermelho a uma velocidade tal que não tinha dado para anotar a chapa. Como solução, estava multando o primeiro carro que passou tão devagar que ele conseguiu ler a placa.

Resumo da ópera: um incompetente contratou outro incompetente e queriam que eu pagasse o pato.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Danilo,meu nome é Sílvia, sou portuguesa e gostaria também de me tornar tradutora profissional. Já fiz algumas traduções por minha iniciativa, já fiz traduções para uma organização mas como tradutora voluntária, nunca trabalhei, portanto, a nível profissional.Comecei agora a fazer pesquisas na net acerca desta profissão e confesso que estou um pouco confusa, com muita informação na cabeça, ora vejamos, Trados, Dejá Vú, localização, ferramentas informáticas, nº de palavras por dia, cobrança por linha/hora...Afinal, por onde devo começar??Enviar candidaturas para escritórios de tradução??Como fazer para "vender o nosso nome na praça"??Excesso de info leva a que não saibamos por onde começar.Eu fiz a universidade na área do Português, mas não tenho nenhum grau ligado propriamente à tradução. Aconselha-me a fazer um mestrado nessa área??É suposto um tradutor em fase inicial de carreira cobrar um pouco menos?A partir de que momento nos podemos considerar profissionais??Desculpe o número de perguntas!!Obrigada!Saudações, Sílvia