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sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uma mensagem quilométrica

Recebi uma mensagem quilométrica de um rapaz que tem uma história rocambolesca e estapafúrdia, para dizer pouco.

Resumindo, resumindo, resumindo, o Carlos (não é realmente esse o nome dele) só tem curso médio, feito meio que aos trancos e aprendeu inglês sozinho, de teimoso. Emocionalmente, tem fases estáveis e instáveis, por vários motivos. Mora nos cafundós do Judas, só consegue trabalho braçal e acha que se sentiria melhor em trabalho intelectual.

Pergunta se tem futuro como tradutor e tal, aquela coisa de sempre.

Bom, Carlos, se você tem curso médio completo, já tem mais do que eu, que nunca terminei o meu. Meu inglês também foi aprendido meio que no susto, lendo livros e revistas sobre música, já que as possibilidades de fazer um curso eram zero. Minha família provavelmente era menos pobre do que a sua, mas eu jamais fui algum magnata.

Já vivia de traduzir há anos quando fui a primeira vez aos EUA. Ao todo, fui cinco vezes lá e uma à Inglaterra. Somando todas as estadas, não deu trinta dias. Meu inglês falado, até hoje, é uma lástima. Quando vou para lá, sempre procuro sair com amigos que falem melhor que eu, porque até pedir comida em restaurante é uma tortura.

Mas nada disso me impede de viver de tradução.

Você escreve muito bem, o que já é um excelente ponto de partida. Se o seu inglês é bom ou mau, não sei, nem vou procurar saber. Você diz que, como professor, não é grande coisa. Não se preocupe com isso: professor é uma coisa, tradutor é outra e nem todos os que são bons numa dessas atividades se dão bem na outra. Da mesma forma que nem todos os tradutores são bons intérpretes e vice-versa.

Resta, então, comentar o aspecto tradução. Acho que você deveria começar a fazer testes para tradutor. Veja, aqui do lado direito, os nomes das listas de tradutores na internet e da nossa comunidade no Orkut. Inscreva-se. Inscreva-se, mas não entre de sola. Fique quieto, ouvindo, lendo, aprendendo, durante pelo menos quinze dias, para pegar o jeitão da coisa. Depois, comece a participar.

Periodicamente, eu faço a tal da Reunião na Sala 7, via Internet, sempre grátis, um evento que tem, entre outras coisas, a função de criara contatos entre tradutores. Participe. Não paga nada, mesmo.

Nesses lugares, nunca se pede serviço. Mas nunca mesmo. Mas sempre surgem oportunidades e ofertas e sugestões.

Este artigo está já longo demais, mas amanhã volto ao assunto, com algumas sugestões sobre onde procurar trabalho. Nada é garantido, mas tudo ajuda um pouco.


Ah, Carlos, antes que me esqueça, criar um pouco de juízo não ia fazer mal nenhum também – e você me parece estar tão consciente disso quanto eu próprio. Mas, aí, meu caro, já não posso fazer nada: fica exclusivamente por sua conta. Você é que sabe o que quer da vida.



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