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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Decidir aos 17...

A Thairine, em um comentário num post antigo, escreveu assim:

Oi Danilo. Meu nome é Thairine, tenho 17 anos e estou no terceiro ano do Ensino Médio. Tenho procurado muito nos últimos meses a respeito da profissão de tradutora/intérprete, e hoje, pesquisando mais sobre isso, acabei encontrando seu blog e achando muito interessante tudo que voce disse.

Estou num momento muito confuso por ter que escolher tão cedo o que eu quero pra minha vida profissional, e também estou ciente que todas as pessoas já passaram por isso ou ainda vão passar.

Gostaria muito que voce me ajudasse e tentasse colocar uma 'luz' no meu caminho, para eu saber se é isso mesmo que eu quero pra mim. Já pesquisei sobre varias profissoes que tinham me chamado a atenção (jornalismo, relaçoes internacionais, relaçoes publicas...), até que me deparei com Letras - com enfase em tradutor e interprete - e tenho gostado cada vez mais da área.

Gostaria de saber o que é preciso saber fazer, o que é preciso gostar pra não se 'decepcionar' com a profissão, quais são as possibilidades de mercado de trabalho, etc.

O que você puder ajudar já vai ser muito importante pra mim. Desde já agradeço. E parabéns pelo blog.

[Kelli] Ela perguntou para o Danilo, mas eu senti vontade de responder. Então, lá vamos nós.

Thairine, o momento de escolha da profissão é realmente muito confuso, para todo mundo. E é cruel que, num mundo com tantas opções que a gente nem conhece todas, seja necessário fazer a escolha aos 17, 18 anos, tão jovens. Eu passei por isso não faz muito tempo.

Sempre gostei muito de inglês, mas estava fazendo cursinho, aos 18 anos, para prestar arquitetura. No meio do ano, surgiu a possibilidade de dar umas aulinhas de inglês, sem muito compromisso, no começo. Mas aí viram que eu levava jeito pra coisa, e minha mãe e minha chefe se uniram, uma em cada orelha, para eu prestar letras. Para me livrar da falação, fiz minha inscrição. E aí aconteceu o que eu não esperava: comecei a ficar dividida. E acabei indo bem nos dois vestibulares e eu não saberia o que fazer até hoje, caso tivesse sido aprovada nos dois. Por sorte, passei só no de letras mesmo. Cá entre nós, eu provavelmente daria uma péssima arquiteta.

Passei alguns anos lecionando, e cada começo de semestre era uma alegria, um tal de fazer planos e aulas e isso e aquilo... até que no segundo semestre do ano passado isso não aconteceu. Comecei o semestre já bem desanimada, bem em clima de 5 de dezembro, sabe, querendo férias? Pois aí eu percebi que meus tempos de professora tinham acabado, e eu tinha voltado a dar umas aulinhas de inglês. Percebe a diferença? Eu tive sorte, pois na mesma época surgiu o Danilo com um convite para trabalhar com ele e eu, completamente insegura, mas ousada, aceitei e aqui estou hoje, aprendendo mundos sobre tradução.

Tudo isso, Thairine, para dizer o seguinte: com relação ao que você quer para si mesma, é muito difícil fazer uma escolha aos 17 anos e não se arrepender depois. Muito mesmo. Uma coisa importante para se ter em mente é que nada é para sempre e nada é irreversível, exceto a morte. Outra coisa é que, quando a gente muda de idéia, tem que ficar atento para não deixar as portas e janelas de oportunidades passarem e se fecharem.

Sobre o resto, bem... você já demonstrou ter algumas qualidades necessárias a um tradutor. Escreve bem, é curiosa. Se escreve bem, deve gostar de ler. Ser tradutor sem gostar de ler é um paradoxo, para mim. Deve estudar português sempre e cada vez mais, mais até que a língua estrangeira. Deve ler tudo o que cair na sua mão, seja lá o que for, porque quando menos se espera, aquele conhecimento basiquinho de mecânica pode ser muito útil em um texto que aparentemente não tem nada a ver com mecânica. Deve ser apaixonada por pesquisa, porque cai cada coisa nas nossas mãos, principalmente no começo... E também deve se sentir bem quando está sozinha. É uma profissão bem solitária, apesar de todo o contato que a internet permite ter com colegas.

Aqui do lado, tem uma série de marcadores. Clique em iniciantes e em principiantes, que tem muita coisa que vai te interessar. E volte sempre para conversar com a gente.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

FAQ 1

A pretendente a tradutora

Na verdade é que eu to super confusa como todo vestibulando que se preze hahaha. Você trabalha de tradutor né? mas você fez algum curso/faculdade?Eu tenho um amigo que faz tradução e interpretação na Unibero, mas por enquanto eu vou tentar a Unesp por que é pública mesmo. Eu me interessei pelo curso, por enquanto é o que eu vou fazer mas sempre vem aquelas dúvidas: será que o mercado de trabalho é amplo? será que pra essa profissão uma faculdade faz mesmo diferença? Pelo que eu entendi você trabalha em casa né? Tem algum tipo de exigência pra ser um tradutor?

O que você leu acima é a mensagem recebida da T. Já respondi esse tipo de mensagem muitas vezes, mas, como ninguém leu o blogue de ponta a ponta, lá vai de novo.

A confusão é melhor do que a certeza total, T, principalmente porque é um modo mais humilde de examinar a realidade. Um tanto de confusão é bom, principalmente quando se é jovem.

Não "trabalho de tradutor", sou tradutor profissional desde 1970, o que é bem diferente: uma questão de postura, empenho, dedicação. Desde 1970, o dinheiro que entra na casa vem da tradução.

Não fiz faculdade, por motivos que não vêm ao caso agora. Do ponto de vista jurídico, não faz diferença: o exercício da profissão é livre, no Brasil e em qualquer lugar do mundo, e, por isso, você pode viver de tradução com ou sem faculdade. Do ponto de vista comercial, a faculdade ajuda muito. Enquanto você não puder apresentar um currículo com uma boa experiência, um título de bacharel facilita muito sua vida. Depois de uns cinco ou seis anos de prática, ninguém mais vai olhar se você tem graduação ou não, mas, no início, faz uma grande diferença.

Do ponto de vista intelectual, então, nem se fale. Você pode aprender em casa, sozinha, tudo o que ensinam na faculdade e até mais, porém não é nada fácil. Uma faculdade bem feita vai ajudar você a organizar as idéias e pensar melhor. Mas o acento aqui é em "bem feita". Não adianta fazer faculdade promovendo ausências coletivas ou tomando carona em trabalhos antigos. Precisa estudar. Principalmente, precisa estudar português como uma louca.

Você diz que pretende ir para a UNESP. Rio Preto? Dizem que é bom lugar para se estudar. Faculdade no interior pode ser uma escolha excelente. Talvez a Kelli possa te dizer alguma coisa sobre isso.

A maioria dos tradutores trabalha em casa, sim e, de modo geral, precisa constituir uma firma para poder trabalhar, o que não é grande dificuldade. Existe mercado, sim, e existe muita gente vivendo de tradução. O problema é que muita gente não quer, de verdade, ser tradutora, quer ser paga para ler coisas lindas. Então, fica exasperada quando, em vez de traduzir uma bela obra literária, é encarregada de traduzir um livro de auto-ajuda, ou de ficção de massa. Sabe, como se você fosse se especializar em cirurgia plática, mas só trabalhasse com mulheres lindas. Se a postura for essa, fica complicado. Agora, se você quiser traduzir, não falta serviço.

[Kelli] Eu não posso dizer muita coisa além do que o Danilo já falou, até por não conhecer ninguém de Rio Preto. Cursei Letras na UNESP, mas em Araraquara, e cada campus é bem diferente do outro. Posso adicionar uma coisa só: muito aluno pensa que os professores universitários são semideuses, e muitos professores se sentem assim mesmo. Quanto eu era estudante, o prédio com os departamentos e salas dos professores era conhecido como Olimpo, para se ter uma idéia. E as brigas de egos que tinha por lá condiziam com o nome.

A melhor coisa que eu fiz foi nunca me sentir diminuída ou receosa por causa disso. O melhor dos cinco anos do meu curso, academicamente falando, foi ir atrás de professor, ficar no pé, conversar nos intervalos e tratá-los com igualdade. Com respeito, mas com igualdade. Afinal, são gente como a gente. Consegui muito com essa postura. Aliás, sem ela, eu não estaria escrevendo neste blog agora.[/Kelli]


O mestrado do Mackenzie

Uma colega pergunta o que eu acho do curso de mestrado do Mackenzie. A bem dizer, praticamente nada. Dos professores, a única que conheço é a Valderez Carneiro da Silva, veterana e respeitada, desde os tempos heróicos da Faculdade Ibero-Americana. Dos outros, nunca ouvi falar, o que significa que não circulam muito nos ambientes dos tradutores profissionais, embora possam ser excelentes professores.

Esse, como acho que todos os outros cursos superiores, não trata de ferramentas de tradução assistida por computador. É um empurra-empurra ridículo, isso. A turma da graduação acha que é problema da especialização, a turma da especialização acha que é coisa para graduação. A turma do mestrado acha que não é problema deles e a de doutorado acha que de jeito nenhum é coisa para eles. Mas, quando você chegar no mercado, a maioria dos clientes vai querer saber se você sabe lidar com essas coisas.

De resto, o Mackenzie é uma instituição séria e um curso de especialização vai ajudar a arrumar as tuas idéias, embora ninguém, mas ninguém mesmo, vá virar tradutor em três semestres. Quer dizer: espere um bom curso, mas não um milagre. Muito depende de quanto você já sabe e de quanto você está disposta a se dedicar. Num curso desses, não se ensinam línguas. Quer dizer, ou você é boa de português e inglês, ou não vai aproveitar o curso. Por outro lado, não me canso de repetir que você faz o curso, não é o curso que faz você. Tem que dar duro. Os professores, por bons que sejam só podem ensinar; mas é exclusivamente a você que cabe aprender.

Pequenas novidades

Bom dia!

Estamos criando, hoje, uma nova seção do blog, as FAQ. Muitas vezes, as perguntas até já foram respondidas antes, pelo Danilo, aqui, no Orkut ou nas listas, mas é bom tê-las organizadas em um só espaço. Por enquanto, conforme os posts novos forem surgindo, é possível encontrar as tais FAQ pelo marcador. Mais para a frente, quando tivermos uma série delas, então pensaremos em um lugar especial para elas.

Além disso, estou lentamente (atenção para o lentamente) colocando marcadores nos posts antigos. Eles não vão entrar para a nova seção FAQ, para não correr o risco de virar bagunça. Mas só de ter os marcadores ativos já fica muito mais fácil encontrar o que se quer. Enjoy!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tradução Automática

Muita gente ainda confunde tradução automática com memória de tradução. Lamentável, porque são tecnologias totalmente diferentes. Entretanto, desse assunto falamos aqui, e não quero, mais uma vez, repetir o que já disse tantas.

O assunto de hoje é que outro dia me apareceu isto pela frente e
queria mostrar aqui. Um horror, certo? É serviço do Google Translate, caso você não tenha percebido. Agora, pouse o cursos em cima de uma frase qualquer e veja o que aparece.

Um convite para apresentarmos uma tradução melhor, certo? Quer dizer, querem que a gente faça tradução grátis para a loja de calçados, uma entidade comercial com fins lucrativos, entendeu? Nós trabalhamos grátis para eles pouparem despesas. Deu raiva? Em mim também. Confesso que aproveitei a chance e colaborei com várias sugestões escabrosas, das quais espero que eles façam bom uso. Não foi uma coisa assim, digamos, muito cristã. Mas, de vez em quando, ferve o sangue e eu faço dessas coisas.


Outro dia, postei uma mensagem em um dos diversos fóruns de que participo e, aparentemente, pelo menos um dos leitores não entendeu o que eu tinha escrito. O colega postou uma resposta dizendo que quem tem medo de tradução automática deveria mudar de profissão, porque a tradução automática jamais vai ser tão boa quanto a humana.


Se vai, se não vai, não sei. Não gosto de falar sobre o futuro. Sei que, atualmente, não é. E fico pensando em quantos tradutores estão deixaram de ganhar com essa coisa do Google Translate. Para dizer a verdade, acho muita desonestidade do Google oferecer esse tipo de serviço. O usuário, que provavelmente não distingue português de turco, não entendendo nada, crê que esteja perfeito e faz sua empresa cair no ridículo.


Ainda por cima, têm a cara-de-pau de pedir a colaboração de voluntários. Talvez você não saiba, mas a entidade que se chama ABRATES é a segunda que usa esse nome. A primeira, que depois virou sindicato, tinha um Código de Ética interessante que vedava a prestação de serviço grátis a quem pudesse pagar. Acho isso fundamental para a sobrevivência da profissão. Não encontrei o Código de Ética da ABRATES. Encontrei o do SINTRA, mas creio que não toca na questão da gratuidade dos serviços, o que me parece uma pena. De qualquer modo, não sou eu que vou "ajudar" uma empresa comercial grátis.


Redigido por Danilo, com as habituais sugestões, revisões, palpitações e puxões de orelhas da Kelli.

sábado, 24 de janeiro de 2009

E essa tal de crise, heim? (continuação)

O problema maior de qualquer crise não é econômico, mas sim emocional. A gente tende a se apavorar e se limitar a reduzir preços, o que é um erro. Em crises, muitas vezes é necessário aceitar serviço a preços mais baixos, até porque a demanda pelos nossos serviços cai e aumenta muito a quantidade de gente querendo traduzir. Entretanto, achar que a solução é cortar os preços é de uma ingenuidade triste.

Quando consultado sobre preços, jamais diga "Ah, bom, eu estava cobrando dez, mas sabe, a crise anda feia e tive que baixar para oito". Isso é uma demonstração clara de que as coisas andam mal para o seu lado e onze entre cada dez clientes, ao ouvir uma afirmação dessas, vão tentar chupar o teu sangue por canudinho.

Se o cliente perguntar como você anda de serviço, lembre que nada obriga você a dar essa informação. Quanto você tem de serviço, quanto trabalha, quanto ganha, são dados confidenciais. Já chega o leão, que fica futricando a nossa vida. Não se pode responder com um ressonante "não é de sua conta", lamentavelmente. Se você for do tipo gozador, pode sair com uma brincadeira qualquer, do tipo "não seja curioso", "é confidencial", "quê? Detetive, você, agora?" ou coisa que o valha. Se não for, ou se o relacionamento com o seu cliente for mais formal, cite o último serviço bom que você fez — mas não vá dizer "bom, há três meses recebi uma lauda e meia de uma agência aí, mas ainda nem conseguir receber". Enfim, você me entende.

Logo volto ao assunto, mas por hoje é só.

Redigido por Danilo, com as habituais sugestões, revisões, palpitações e puxões de orelhas da Kelli.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

E essa crise, heim?

Pois é, está todo mundo preocupado, não? Já passei por muitas crises, mas esta aqui parece que vai ser mais braba do que as outras. Como trabalho basicamente com finanças, estou mais bem informado que a média — e estou de cabelo em pé.

Até um agnóstico empedernido como eu sabe que o futuro a Deus pertence, mas tem uma que outra coisa que a gente pode ir esperando.

O volume de serviço deve cair verticalmente. Quem tinha muito serviço, vai ter um fluxo médio, quem tinha médio vai ter pouco. Quem já tinha pouco pode ficar sem nada.

Caindo o volume, cai o preço. Vai ficar cada vez mais difícil cobrar "Tabela do SINTRA". Até aí, tudo bem. Mas a turma que trabalha para aquelas editoras e agências que pagam entre uma miséria e quase nada por palavra e ainda atrasam o pagamento vai ter que tomar uma atitude, porque chega a um ponto em que não vale a pena mais trabalhar — se é que ainda vale trabalhar para essa gente. Mas tem um limite, sim, e conheço vários colegas que estão nesse limite, embora nem todos tenham percebido.

Quer dizer, trabalhar menos a preço mais baixo. O bicho vai comer.

Pior são os aproveitadores. A crise mal estava se iniciando e já tinha agência chorando lágrimas de crocodilo, pedindo descontos e favores absolutamente sem necessidade, jogando com o nosso medo. Vai ter muito disso, sempre tem.

As piores são as agências que vivem de subcontratar serviço no exterior. Sabe como funciona, não? A Empresa X, lá fora, precisa de uma tradução para o português. Encontram três agências que traduzem "from Afrikaans to Zulu" e leiloam a tradução entre elas. Leiloam, porque não entendem uma palavra de português e, portanto, como critério de escolha, só têm o preço. Ganha a Alpha International, que funciona no fundo do quintal de um aventureiro qualquer, mas tem um site bonito. A Alpha Internacional então leiloa o serviço entre várias agências brasileiras, porque, na verdade, nunca tiveram um tradutor de português nos seus cadastros. Como não sabem nada de português, o critério único é o preço. Ganha a Agência Beta Brasil, que, então distribui o trabalho entre seus tradutores. Quer dizer, ao pegar o serviço da Beta Brasil, você é vítima de dois leilões reversos.

O assunto é fascinante, mas tenho que ficar por aqui. Volto a ele no próximo artigo, que deve aparecer no sábado.

Redigido por Danilo, com as habituais sugestões, revisões, palpitações e puxões de orelhas da Kelli.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Me dá um desconto aí!

Acontece a toda hora: liga o cliente e oferece um serviço por um preço muito baixo. O cliente tem mil alegações em apoio à pretensão de desconto. Só para ilustrar, aqui vão algumas, que ouvi de agências:
  • Tivemos de dar um desconto ao cliente final;

  • Atuamos no mercado XXXX, onde os preços são mesmo menores;

  • Foi uma concorrência brutal, contra fulano e beltrano, que, sabidamente, cobram pouco e tivemos de cobrar ainda menos para ganhar;

  • O trabalho já tinha sido feito uma vez, por outro tradutor, ficou mal feito e não podemos cobrar do cliente duas traduções, estamos, inclusive, absorvendo um prejuízo;
Nada disso é relevante. Agência tem a mania de querer descarregar nos nossos ombros as besteiras que fez. Às vezes, nem fez besteira alguma, está cobrando seu preço normal, mas inventa alguma desgraça, para ver se chora um descontinho.

Aceitar ou não aceitar, eis a questão! Claro que, se você está com a corda no pescoço, qualquer cinco milréis é dinheiro e eu já fiz mais de um serviço a meia-paga.

Por outro lado, se você for aceitar, pode ter certeza de que o mesmo cliente vai voltar com outro pedido de desconto: a concessão de um desconto sempre gera mais pedidos de descontos. É quase impossível migrar de meia-paga para remuneração integral, não importa qual seja o cliente.

O cliente pode até jurar que é só esta vezinha que ele vai pedir desconto e que vai haver muito mais serviço com remuneração normal e mais mil coisas, mas não demora vem outra choradinha. Se você concedeu desconto uma vez, não importa qual seja a alegação feita pelo cliente, na próxima vez ele vai lembrar que você deu o desconto e não se esquecer de pedir outro. E lá começa o chororô de novo.

Só para evitar choradeiras futuras, já vale dizer que não. Mas, como já insisti aqui mais de uma vez, tem de ser um não firme e educado.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Feliz ano novo!


Dezembro foi um mês de muita ação e reflexão para a Kelli e para mim. Os resultados devem começar a surgir agora, em janeiro, mas vamos precisar de uns bons três meses para implantar uma parte significativa das nossas novas idéias.

  • Blogue. O blogue começou como uma brincadeira divertida, mas precisa ser levado mais a sério. A cada dia, mais de 300 pessoas vêm até aqui e a responsabilidade pesa. E fazer um blogue como se deve demanda tempo e você nem imagina quanto estudo. A gente consegue criar um blogue em cinco minutos, mas, a cada dia que passa, mais vê que está faltando muita coisa.

    A Kelli participa cada vez mais ativamente do blogue e, embora eu ainda seja o redator principal, de tanto que conversamos e discutimos (haja Skype) e que ela remexe nos textos nem eu mais sei o que é o quê. Entretanto, para pôr um pouco de ordem no caos, as intervenções digamos mais pessoais dela vêm indicadas por um [Kelli], assim entre colchetes. É até possível que apareçam uns [Danilo] para identificar algo de muito particular meu. Sabe-se lá.

    As novidades vão começar a aparecer na semana que vem. Mas as novidades no blogue são só o começo.

  • Livros eletrônicos. Agora temos o Publivox, que publica livros eletrônicos, ou e-books, caso você prefira o termo em inglês. O primeiro é esta apostila para o Wordfast. O segundo, sai depois do dia dez, quando acabarem as férias coletivas do pessoal lá da Aulavox — a ver se você gosta.

    Outros estão na fila. Vai ter um pouco de tudo e — disso você não vai gostar — alguns serão pagos. Esperamos conseguir oferecer produtos cuja utilidade compense o preço. Uma característica dos livros pagos é que as atualizações serão gratuitas.

  • Oficina de tradução. As Oficinas de Técnicas e Procedimentos de Tradução vão voltar em formato totalmente diferente e desse, tenho certeza, você você vai gostar. Estamos transformado o material em um curso que você vai poder moldar a seu gosto, seguindo o caminho que quer e que vai se apoiar, fundamentalmente, em comentários sobre as as traduções que você fizer.

  • Cursos a distância. Os cursos via Aulavox continuam. Além da tradicional introdução ao Wordfast, pretendemos ter cursos mais avançados, sobre uso de glossários, caixa de Pandora, essas coisas. Não falta o que ensinar. Por enquanto, os cursos vão ser exclusivamente sobre o "Wordfast Classic" (versão 5.x), porque o 6.0, apesar de ser o "professional" ainda está muito cru.

Mas não é só isso, não. Tem mais.

Redigido por Danilo, com as habituais sugestões, revisões, palpitações e puxões de orelhas da Kelli.