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terça-feira, 5 de junho de 2007

Uma tradução ruim

Esta me contaram hoje de manhã e achei que merecia ir para o blog. Nada de extraordinário, mas é interessante.

A Agência A, aqui de SP, tinha um cliente que pedia muitas traduções de documentos em uma certa área. Essas traduções iam sempre para o Tradutor 1, que era, sabidamente, competente. Um dia, o cliente começou a reclamar de qualidade e, depois de algum tempo, mudou de fornecedor, procurando a Agência B. A Agência B procurou o melhor tradutor possível para o serviço, e encarregou dele o próprio Tradutor 1, que continuou usando a mesma memória de tradução para atender aquele cliente. Quer dizer, trocaram seis por meia dúzia. O cliente, aparentemente, está mais do que satisfeito com a "melhora de qualidade".

Isso diz muito da subjetividade das avaliações dos clientes. Neste caso, o dono da Agência A e o Tradutor 1 são amigos, o dono da agência conhece inglês e português e, embora a agência tenha lamentado perder o cliente, manteve sua confiança no tradutor e até acharam até graça na história. Se não fosse por isso, talvez o Tradutor 1 ficasse totalmente queimado com a Agência 1.

Como disse no acima, não há nada de extraordinário, porque acontece muito. Mas aponta para um problema para o qual não há solução fácil: a subjetividade dos julgamentos sobre tradução. O problema não é nem a perda do cliente, mas sim o fato de que, quando se perde um cliente, ou se recebe uma crítica, ficamos sem saber se nosso serviço estava mal feito ou se foi mero enjoamento do cliente.

Fica, então, muito difícil a gente saber quanto vale uma crítica. Quer dizer, podem dizer que a tradução está ruim porque a tradução está ruim ou porque ruim está a cabeça de quem falou e a gente precisa equilibrar a auto-estima com a autocrítica, o que não é tarefa fácil.

Por hoje é só. Volte amanhã, que tem mais. Se você está na faculdade, dê uma olhada no tópico imediatamente abaixo deste. Se não estiver, talvez queira recomendar a um amigo.

Um comentário:

Dayse Batista disse...

Mestre!
Também existe uma situação oposta.
Trabalhei para uma agência cujo cliente era fixo meu. O cliente começou a achar caro o serviço da agência, contratou outra e, por uma coincidência incrível, os trabalhos desse cliente vieram parar na mão de quem?
:-)
E isso não uma vez. Aconteceu DUAS vezes, com essa tradutora que continuou traduzindo os materiais desses clientes, por agências totalmente diferentes.
Estarão faltando tradutores? Ou será que tenho suficientes contatos para cobrir uma boa parte dos buracos deste universo e chegar a mim, em suas buscas?

Abração

Dayse