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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Virtù e Fortuna

Era o que dizia o Maquiavel: você precisa das duas: virtù e fortuna. Numa definição modernizada, virtù é o conjunto das nossas qualidades pessoais e fortuna são os fatores fora de nosso controle, digamos, a nossa "sorte". Para ter sucesso na vida, inclusive na vida profissional, você precisa de ambas. Até certo ponto, muita fortuna compensa um pouco de falta de virtù e vice-versa, mas há limites. Precisa ser muito, um rematado bocó precisa de muita, muita sorte mesmo, para conquistar sucesso profissional. E, se você for absolutamente azarado, precisa ser muito gênio para dar um par de passos na carreira.

É muito comum a turma falar no "quem indica". Indicações são importantes, sim, mas as boas indicações vêm de pessoas satisfeitas com o seu serviço ou de colegas que acham você competente, o que significa que, para ter a fortuna das boas indicações, é necessário ter a virtù de procurar aprender a trabalhar de modo que satisfaça os clientes e cause boa impressão aos colegas. Evidentemente, é importante aparecer, expor-se, correr atrás do serviço. Gregos e romanos tinham uma deusa para essas coisas, Fortuna em latim, Tyche em grego.

É preciso colocar-se no caminho da deusa, para se beneficiar de tudo o que ela trás de bom. Finalmente, é importante estar preparado para fazer uso das dádivas da deusa. Temos uma colega que sempre atribui à sorte o ter topado com um amigo que estava com mais serviço do que podia fazer e queria se livrar de uma tradução. Mas o fato é que, se ela não estivesse preparada para fazer o serviço, ou teria de recusar ou faria uma tradução porca e não viria a segunda.

Mais tarde volto á novela dos descontos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Discordo, fortuna é usado no sentido de sorte mas não sorte que você cita, como afortunado, mas sorte no sentido antigo (grego) fortuna é o destino.