Pelo menos à primeira vista é assim. Mas talvez não seja. Com um pouco de treino, a gente aprende a não traduzir os pronomes desnecessários. Quer dizer, não tem mais que traduzir e apagar, o que significa que temos que digitar menos e, portanto, terminamos a tradução mais rapidamente. No fim, o que se ganha por dia deve ficar pelas mesmas alturas e a qualidade da tradução melhora. Explicar isso é meio complicado, porque, certamente, para traduzir um certo texto mantendo todos os pronomes recebe-se mais do que para fazer o mesmo texto sem tanta pronominalhada.
Além disso a maioria dos tradutores morre de medo de ficar sem serviço e estica tanto quanto pode o que lhes cair nas mãos. Nesse sentido, no de se manter ocupado, traduzir todos os pronomes, desenvolver todas as abreviaturas, escrever todos os números por extenso e coisas que tais é uma excelente tática. Quando comecei, era o tempo da máquinas de escrever e me ensinaram várias técnicas para encher lauda, mas que prejudicavam a qualidade da tradução. Por exemplo, se o original dizia in 1970, the company's earnings totalled X, em vez de traduzir por em 1970, os lucros da empresa totalizaram X, o conselho era para traduzir por no ano de 1970, os lucros alcançados pela empresa atingiram o valor de X (72 caracteres, em vez de 43).
No princípio, quando tinha longos períodos de pouco serviço, vamos falar a verdade, fez falta uma esticadazinha. Mas, a longo prazo, foi um bom investimento, porque serviço bem feito atrai mais serviço e, além disso, serviço mais bem pago.
Pense nisso a próxima vez que resolver encher um pouco de lingüiça.
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