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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Colega sem sorte

Um recadinho no Orkut tem uma queixa de um colega que se queixa da falta de sorte. A história toda eu conheço já há algum tempo e vou resumir para você, mascarando um que outro pormenor.

O colega teve a sorte de arranjar um emprego único, para uma combinação de qualificações que ele tinha e que incluía a capacidade para atuar como intérprete. Como o emprego exigia uma combinação de conhecimentos especial, a remuneração era alta. Além disso, havia a garantia de um contrato. O contrato não foi renovado e o nosso amigo se viu meio perdido. Já faz tempo que está tentando se reorganizar, mas não consegue.

O primeiro problema, aqui, é o contrato, que dá uma falsa segurança. Você não pode ser demitida, mas, por outro lado, quando acaba, acabou e não tem choro. Mesmo o vínculo empregatício regido pela CLT, a famosa carteira assinada, que dá alguma garantia a mais, garante muito pouco. O que garante a segurança, para quem tem emprego, é a liquidez do mercado local. Quer dizer, se você tem o único emprego de tradutora existente na sua cidade, se perder o emprego ou arranja outra profissão ou muda de cidade.

Quando se trata de um emprego que combina duas funções, digamos tradutora e editora de vídeo e, por isso, paga mais, a chance de você manter o esquema em outro lugar é baixíssima, porque poucas empresas vão precisar dessa combinação.

Além disso, mesmo em cidades grandes, poucas empresas contratam tradutores ou intérpretes como funcionários: dada a oscilação constante do volume de trabalho, a grande maioria prefere terceirizar esse tipo de serviço.

Não quer dizer que um tradutor tenha de viver nos grandes centros, mas quer dizer que, se você mora fora dos grandes centros, é melhor procurar trabalhar como independente, via Internet, do que procurar um emprego. Emprego de intérprete tem menos ainda. Não quer dizer que não haja serviço, quer dizer que intérprete que marca cartão e tem carteira assinada é raridade. A maioria trabalha como independente e acaba viajando muito. É esse o mercado.

Então, o colega não é realmente desprovido de sorte. Simplesmente, achou uma agulha em um palheiro e não consegue achar a segunda.

2 comentários:

Anônimo disse...

Já vi tradutores dizendo que cobram por hora... o que você acha disso?

Ruan

Anônimo disse...

Boa tarde,
Soube atraves de uma empresa que contrata servicos, que precisaria ter empresa aberta para poder pleitear uma vaguinha como tradutora de legendagem.

Mas pergunto: poderia ela ser empresa individual? ja' possui uma aberta no Parana', precisando somente alterar a natureza dela.

Como normalmente isso e' feito?

Agradeco desde entao.

Abracos

Angela (obs: a configuracao do meu teclado e' do reino unido, por isso nao tem acento nenhum nas palavras acima, nao funciona na verdade. hehe)