Houve lá o tal do concurso para TPIC em Minas.
Muita gente reclamou porque o número de vagas era restrito e a eles parecia que, não sendo o TPIC remunerado pelo Estado, conviria aprovar e nomear todos os que tivessem alcançado nota superior a um determinado mínimo. Nisso, há muito de razão, mas os TPICs atuais (e mesmo os aprovados) hão de julgar que já há TPICs demais para tão pouco mercado.
A outros pareceu estranho o fato de que os textos a traduzir existissem na Internet, achando que lá isso tinha um cheiro de maracutaia, mas em si, não significa muito. Por um lado, há milhões de textos na Grande Teia e não se poderia adivinhar qual seria; por outro, mesmo que o texto tivesse sido escrito pelos próprios examinadores, não se poderia dizer que isso garantisse o segredo. Mas, claro, fala-se, muitas vezes só pelo falar mal das autoridades. Não que nossas autoridades sejam uns santos, mas também nem tudo o que fazem é errado ou desonesto.
No fim das contas, os aprovados comemoraram, os reprovados reclamaram, o que faz parte do jogo e sempre foi assim, desde que o mundo é mundo. Um grupo de tradutores nomeados ad hoc (pronuncia-se "adoque"), treze, ao que se diz, todos reprovados, resolveu contratar um advogado para anular a prova. Isso é absolutamente normal. Mesmo que o concurso tenha se realizado com a maior lisura, quem perde apela para o tapetão.
Aqui em SP, no último concurso, ainda no século passado, houve vários recursos, deu notícia de jornal e tudo. Um dos recurrentes se dizia competente, tinha estudado e vivido no exterior, o escambau. Foram revisar a prova e notaram que a figura confundia “where” com “were”, entre outras coisas. Vexame geral, mas já passou e caiu tudo no esquecimento, a grande lata de lixo da história.
O interessante, neste caso, é os ad hocs serem os autores da reclamação. Ad hoc é nomeado sem concurso. Não quer dizer que sejam incompetentes, mas é um absurdo, falha geral do sistema, até porque muitos estão há muito tempo adocando (se me permitem o neologismo) e ad hoc deveria ser realmente para casos excepcionais.
Os maiores beneficiários do concurso deveriam ser os ad hocs, porque, com sua experiência, deveriam ser os primeiros colocados e regularizariam sua situação. Como foram reprovados, não sei. Mas leva a pensar um pouco sobre muitas coisas, mas duas em especial: que exame é esse, onde treze profissionais experientes são reprovados? Ou, que profissionais são esses, que a despeito de sua experiência, foram reprovados no exame de admissão à profissão que exercem? Quer dizer, alguém tem que explicar alguma coisa.
Estou eu (e muito mais gente) morto de curiosidade por saber o resultado e até mesmo por saber o que está acontecendo agora. Mas a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais, discreta como boa mineira, está de bico calado. Então a gente espera. Enquanto isso, espera também o concurso em Santa Catarina e, ao que dizem, no Rio de Janeiro. O do Rio deve dar muito pano para mangas, se eu sei como as coisas são. Em outras épocas, daria até marchinha para o carnaval.
Por hojem, é só. Veja, aí do lado, rolando, o convite para a Sala 7.
O Blogger está brincando comigo hoje. Ah, a Kelli está de volta. Doravante, todos os erros são responsabilidade dela.
6 comentários:
Muito legal a sua reflexão Danilo! Beijos de BH!
Quer dizer, tem algo de errado. Eu não sei o que é, mas que tem, lá isso tem.
Olá, Danilo!
Achei seu blog a respeito do concurso muito pertinente. E, para minha grata surpresa, ele foi me levando a um passeio delicioso pelos seus escritos.
Obrigada por partilhá-lhos! Um abraço de Belo Horizonte.
Bom que você gostou, Dulce. Volte sempre.
Danilo, parece que os ad hocs perderam o recurso, já que a posse dos novos TPICs está marcada para quinta-feira desta semana.
Abraço.
Foram nomeados, sim. Tem gente de cabelo em pé, porque está descobrindo que ser TPIC não é moleza.
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