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terça-feira, 12 de maio de 2009

Mais uma que acha que não precisa de memória de tradução

Comentário ao artigo anterior:

Sei que sou aguda na hora da crítica mas eu consigo traduzir mais rápido do que passar por essa manipulações eletrônicas...WF + Google Translate + revisão + glossário...o Tempo que isso leva...já ganhei a corrida. A maioria das vezes tradução para mim é "bater" a máquina...Ja-ne...

Ah, bom, mas eles demoram muito menos para fazer tudo isso do que a maioria das pessoas pensa. 

Tenho uma amiga que passou  anos me explicando, meticulosamente, como e porque ela traduzia mais depressa direto do que usando essa tralha toda que eu usava. Até que pegou um WF, testou e hoje é usuária compulsiva. Temos também um colega que várias vezes me explicou, também com grande precisão, que essas ferramentas eram um desperdício de tempo e, depois de aprender WF (poderia ter sido outro programa) agora é um paladino das memórias de tradução. Mas isso, a rigor, não quer dizer muito. 

O que é importante é que programas de memória de tradução fazem muito mais do que simplesmente dar sugestões. Dependendo do serviço, variam de úteis a indispensáveis. 

Só para dar uns poucos exemplos, qualquer ferramenta de memória de tradução ajuda a preservar a formatação do original e me exime da necessidade de digitar números. Só por isso, para mim, já chegava. Mas esses programas são indispensáveis para lidar com esses formatos novos que estão cada vez mais comuns, como html e xml. Mas mesmo para as situações de texto corrido, sem tabelas, sem grandes problemas de formatação, a possibilidade de em um instante ver as sugestões todas já me ajudou muito em várias ocasiões. Finalmente, há as situações de pura repetição, onde a memória ajuda muitíssimo.

Muito depende, também, da capacidade de cada um. Tradução, para mim, não é só "bater a máquina". É um processo penoso de análise de opções para escolha da melhor e a minha memória de tradução enorme me dá inúmeras sugestões úteis, que têm ajudado a melhorar a qualidade de meu trabalho. Talvez eu esteja mais próximo da média dos tradutores.

Quer dizer, para mim, ao menos, o programa ajuda a traduzir mais rápido, mas - e principalmente - ajuda a traduzir melhor. É por isso que uso para todas as minhas traduções.

Mas a sua resistência é compreensível. A resistência à inovação é normal e comum. Nestes anos todos de tradução, lembro-me desde o tradutor que apresentava serviço manuscrito, porque era "tradutor, não datilógrafo", até o que não usava computador "porque era excelente datilógrafo", ao que não precisava de memória de tradução "porque tinha excelente memória". São casos que já contei mais de uma vez, mas que sempre me servem de exemplo.

Quem não se atualiza, fica restrito a nichos cada vez menores e, finalmente, é alijado do mercado. 

5 comentários:

Danilo Nogueira disse...

A Rose postou um comentário, no qual incluiu seu e-mail. Estou postando aqui, sem o e-mail, por segurança.

_______________________
Uso WordFast V. 4.30 desde pricas eras (fiz o curso com você, uma vez na Paulista e outra na ATPIESP). O programa dá umas falhadas, às vezes não reconhece frases que estou careca de traduzir. Deve ser algum bug. Penso em fazer o upgrade para o WordFast Classic/Pro mas fico pensando se valerá a pena. Vc já está usando essas versões novas? São mesmo muito melhores?
Abs
Rose Polato

Danilo Nogueira disse...

Rose, atualiza isso, mulher! Já. A atualização é grátis durante três anos e você já deveria ter atualizado há eras! Sempre que atualizar o WF, guarde a versão anterior, porque pode acontecer de a última versão não se dar bem com seu computador. Mas eu recomendo atualizar ao menos uma vez por mês. O Yves solta versões atualizadas com muita frequência.

Logo depois de atualizar, reorganize a memória.

Essas coisas de que você falou ou resultam de memória desorganizada ou de alguma melequinha que você possa ter feito, como acidentalmente usar a memória de traz para diante. Para resolver esse último problema, precisaria usar um programa especial de análise. Mais um item que vai para a apostila dos "adiantados".

Nobody dares to say the name. disse...

Eu não uso o WF porque não sei usá-lo. Aqui em Belém só tem 3 tradutores juramentados, e não sei se eles usam o mecanismo. Já tentei ler uma apostila que peguei aqui mesmo no blog, mas é muito complexo. Eu gostaria muito de parar de "bater máquina" e fazer uso da memória.

Anônimo disse...

Oi Danilo!

Antes de mais nada, quero dizer que adoro seu blog. Sou... como posso dizer? "Aspirante a tradutora". Não acho definição melhor do que essa, já que nunca fiz nada profissionalmente. Sou apaixonada por isso de traduzir e no seu blog eu pude ter uma idéia bastante realista do que é ser um tradutor. Esse é outro motivo pra eu me considerar aspirante... sinto-me um pouco desestimulada, digamos assim. Não tenho muita certeza se vale a pena me arriscar nesse mercado, por já ter estabilidade em outra carreira. Mas enfim...
Conheci o WF aqui. Traduzo alguns textos só por 'esporte'. Verdade. Meio que 'brincar de traduzir', pequenos textos para o meu blog, trechos de livros que leio para os amigos. E olhe, gosto muito do WF! Uso aquela versão livre que tem no site, que baixei para conhecer melhor o programa. Ele facilita tanto o trabalho! Não sei como alguns profissionais resistem a usar ferramentas assim.
Acho que tudo que facilita o trabalho e traz mais segurança e rapidez sem comprometimento da qualidade deve ser usado. Mas cada um com seu cada um, como se diz. Essa é a minha opinião.
Forte abraço!

Danilo Nogueira disse...

Lilian,

Aquele programa que você baixa do site sem pagar nada é o programa inteiro. A única restrição é quanto ao número de segmentos na memória. Se você xeretar bastante o manual, aprende a usar o programa com todos os seus recurso e, quando menos esperar, licencia para tirar a limitação quantitativa e vira tradutora profissional. Está pintando o gol, como dizem os locutores esportivos.

Quanto mais você xeretar o manual, maior a chance de você estar preparada quando chegar "o grande momento".

E obrigado pelas boas palavras.