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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Um bom dicionário de direito, economia e contabilidade

Ele me escreveu, já lá vão sete anos. Educado, modesto, formal, algo tímido: o mineiro arquetípico. Oferecia seriço de tradutor. Jamais subcontrato serviço, mas ele parecia bom demais e encaminhei o contato a uma amiga, que testou e aprovou. Alguns anos depois, nos encontramos pessoalmente, numa festa. Foi um mau dia para mim: tinha feito uma cirurgia do nariz e, mal tínhamos começado a conversar, estourou um vaso, começou uma hemorragia dos diabos e tive de bater em retirada.

Tempos depois, numa visita à minha amiga, encontrei no escritório dela o dicionário que ele tinha escrito. O exemplar que minha amiga tinha era um presente, uma espécie de "para você – e me diga se está bom". Estava bom, sim, muito bom, mas não estava à venda, era uma tiragem particular e de testes, à procura de quem quisesse publicar. Ninguém quis. O autor foi de editora em editora, mas ninguém quis publicar um dicionário massudo escrito por um sujeito que ninguém conhecia. Deve ter diso muito irritante para ele.

Há uns dias, me escreve o Marcílio de novo, dizendo que estava vendendo o dicionário diretamente. Imediatamente quis comprar um, mas ele se negou a vender. Disse que tinha um autografado para mim e não admitia que eu pagasse o preço, que era uma lembrança da apresentação dele à minha amiga. Provavelmente, estava esperando que eu manifestasse meu interesse antes de se aventurar a me oferecer um de presente. O Marcílio é modesto e deve lhe ter custado muito fazer publicidade do seu próprio trabalho.

Aceitei com gosto, uma boa recordação de um momento em que tive o bom senso de encaminhar um profissional de valor a quem poderia tirar partido de sua capacidade. Me meteu numa encrenca, entretanto, porque é meio suspeito louvar um dicionário que se recebeu grátis. Mas o dicionário do Marcílio Moreira de Castro é muito bom. Cheio de exemplos e referências e definições, sugestões de toda a espécie, com a devida identificação e de boa fonte.

Perfeito? Claro que não. Quem quiser encontrar erros e falhas, sempr encontra o que dizer. E, para todos os dicionários, vale a regra da necessidade de obter uma confirmação independente.

Mas acho que vale mais do que custa e vai ficar junto dos "mais úteis" entre os meus dicionários. Agora, dê uma olhada no site do Marcílio, onde ele dá, inclusive, uma amostra grátis do dicionário. Abra a amostra e veja se você gosta, antes de comprar. Eu gostei e teria comprado de bom grado.