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segunda-feira, 18 de junho de 2007

Essa coisa de faculdade

De tempos em tempos, me aparece a história da faculdade, de novo. Parece que este é o assunto menos entendido da nossa área. Vamos ver se consigo esclarecer um pouco ou se vou causar uma confusão demoníaca.

Quando se discute esse assunto, normalmente cai-se em dois pecados: o da generalização excessiva e seu irmãozinho, o de selecionar exemplos a dedo para provar uma tese.

Então, tudo começa com a tese. Por exemplo, o sujeito quer demonstrar que os bacharéis são umas azêmolas. Então, conta uma história, provavelmente verdadeira, sobre alguma tradução feita por bacharel que estava um horror. Daí, conclui que todo bacharel em tradução é um incompetente. No mesmo momento, alhures, há um outro sujeito contando história semelhante, só mudando o protagonista, que passa a ser alguém que não tem bacharelado em tradução e fez uma tradução hilariante.

Santa falta de lógica, não é? Na verdade, a gama dos cursos de tradução varia de excelente a deprimente e, dentro de cada curso, a gama dos alunos vai de genial a débil mental. E todos nós temos nossos bons e maus dias. Quer dizer, entre a tradução feita em condições favoráveis por um excelente aluno de uma faculdade de primeira linha e uma correria infernal feita sem recurso algum por um coitado que mal conseguiu terminar o curso numa faculdade meio frágil, pode haver uma grande diferença.

Agrega que, como já afirmei aqui mais de uma vez, quem assina a tradução nem sempre é quem a fez. Então, não é muito fácil tirar conclusões.

Por outro lado, há os montes de engenheiros, médicos, advogados, jornalistas e – por que não mencionar? – os vendedores de cachorro quente que, numa hora de sua vida decidiram se meter a tradutor. Alguns desses caras, também, são bons, mas outros deixam a desejar.

Na verdade, a maioria dessas discussões sobre "fazer ou não fazer bacharelado em tradução" se baseia em posturas cujo objetivo principal não é chegar à verdade, mas sim vender o próprio peixe. Por exemplo, quem é bacharel, defende, até a morte, a idéia de que sem um bacharelado em tradução, não é possível ser tradutor, porque só no bacharelado em tradução se aprendem as coisas que precisam ser aprendidas para ser um tradutor que se apresente. E diz isso, repete, esbraveja, até ficar roxo, mesmo que tenha passado seus quatro anos de servidão acadêmica reclamando que naquela porcaria daquela faculdade não se aprende nada.

Amanhã, volto ao assunto. Agora, talvez você se interesse por algum dos meus cursos via Aulavox, sempre a distância:

21 de junho - 19.30h - Da Faculdade ao Mercado (Grátis, direcionado para estudantes)
23 de junho - 14h - Introdução ao Wordfast
28 de junho - 19h - Wordfast Avaçando: Gestão de Memórias
Mais informações: http://www.aulavox.com/eventos/textoecontexto/index.htm

Um comentário:

Unknown disse...

Acho que existe esse dilema envolvendo o bacharelado em tradução porque, se a pessoa não precisa do curso para ser tradutor, presume-se que qualquer um pode ser tradutor...e se comentam isso, como a profissão poderá ser mais valorizada?