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sábado, 9 de agosto de 2008

ABC - Associação Brasileira dos Coitadinhos II

Uma notinha curta, hoje, para evitar mal-entendidos e porque estou com um problema de serviço;

A Meg postou um comentário assim:

Pode parecer fútil, mas boa parte dos makeover shows da tevê (realities que dão um banho de loja nas pessoas como Esquadrão da Moda e Queer Eye, nas TVs a cabo) costuma pregar isso:

Você deve parecer o que você quer ser. Você deve parecer adulto, profissional, sexy, feliz, o que você quiser.

Você é bem-sucedido se você parece bem-sucedido. Você se sente bem-sucedido e fica mais confiante, e consegue vender seu pescado a preço de bacalhau norueguês.

Pode parecer fútil, mas depois que eu comecei a fazer Letras vestida como se estivesse no Mestrado, todos os professores me dão mais voz autorizada.

O comentário é absolutamente pertinente e correto, embora talvez a Meg não tenha se dado conta de que cuidar um pouco mais da aparência pessoal também fez com que ela se sentisse mais segura, o que deve ter causado boa impressão aos professores. Pode haver quem não entenda o comentário, entretanto e, por isso, volto à questão.

Se, como eu, você trabalha em casa e jamais vai ver um cliente pessoalmente, o modo como se veste tem menos importância. Mas tem que investir na profissão: um bom computador, uma boa conexão com Internet, programas de qualidade, coisa assim. Você tem que investir na profissão antes de começar a tirar proveito dela.

De vez em quando a gente vê alguém dizendo recebi uma oferta, tive de recusar, querem uma porção de coisas, nota fiscal, memória de tradução, gente, eu não tenho nada disso! Meu computador nem agüenta essas coisas, pobrezinho! Isso é para quem tem muito serviço. Ao contrário: muito serviço é para quem tem tudo isso.

Já devo ter dito aqui, mas vale a pena repetir: uma colega uma vez disse: você tem essa máquina de escrever eletrônica porque já tem seu lugar ao sol. Ao contrário, eu conquistei um lugar mais ao sol porque abri mão de muita coisa para comprar uma máquina de escrever eletrônica, que, na época, era a última novidade.

3 comentários:

arina.alba@gmail.com disse...

Totalmente verdadeiro o que você disse, Danilo. Muita gente pensa que o investimento vem depois, mas é justamente o contrário. Sem investimento no nosso trabalho, não há trabalho. Excelente o seu blog. Aparecerei frequentemente nos comentários.

Anônimo disse...

Não investir é como querer abrir uma firma sem capital.

Stella Machado

Meg disse...

Hrm, bom, como me explicar sobre o explicado?

Sim, o tradutor pode trabalhar de pijama ou com as roupas de "ficar em casa", mas deve-se sempre lembrar: você é freelancer? Você é a sua empresa. Pense em pedir um serviço de tradução a um cara vestido como o Nick Nolte quando foi preso de camisa floral aberta, descabelado e cheirando a pinga. Você não contrataria esse cara.

Entendi o que o Danilo quis dizer em investir em equipamento, mas no meu caso particular (eu já consegui cliente na fila de uma lanchonete na universidade), apresentação pessoal sim, ajuda muito. Um barbear arrumadinho ou uma escova né gente, ajuda.

E o negócio de autoconfiança por meio de visual é um tabu, sabiam? Muita gente que quer ser conhecido pelo bom intelecto ou algo do tipo acha que cuidar de si é coisa de gente fútil, de modelinhos sem conteúdo. Não é. É psicológico. Vai ajudar, sim. Você vai se sentir mais confiante e mais eficiente. Até o Einstein pensava em seu visual: ele tinha várias cópias das mesmas roupas. Para que ele parecesse com o EINSTEIN, saca? ;) ele é um gênio, vai.