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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Wordfast Pro Plus

O Wordfast foi criado como reação ao Trados, que custava, e custa, um dinheirão, consome recursos que é uma barbaridade e, principalmente, tem uma política de preços e atualizações que revolta os usuários. Começou grátis, mas ruim. Era de se esperar que fosse melhorando e que viesse a ser pago — de alguma coisa, o Yves Champollion tinha que viver. Não passava de um suplemento para o Word, com macros que o Yves ia melhorando constantemente.  

Ao chegar à versão 5.x, era já um programa maduro. O que tinha começado como o "Trados dos pobres" já era bem melhor que o seu concorrente mais caro.

Tanto o Trados TWB como o Wordfast, entretanto, têm uma limitação séria: como ambos trabalham acoplados ao MSWord, só se dão realmente bem com arquivos no formato exclusivo do MS Word. Para lidar com outros formatos, mesmo com ppt, por exemplo, a coisa fica complicada, mais fácil no Wordfast que no Trados TWB mas, mesmo assim, a tarefa pode ser inglória. 

Então, a Trados saiu com o famigerado TagEditor, que é uma praga de programa, embora tenha melhorado nos últimos tempos e que encara mais ou menos o que vier pela frente. O Wordfast agüentou o que pode, mas, no fim, teve de ceder e apareceu com o Wordfast 6, que, como o Tag Editor é independente do MSWord e, em teoria ao menos, enfrenta o que der e vier. Tem a vantagem de que sendo em Java, é multiplataforma. Os Macqueiros vibraram.

A alegria parece ter sido curta, porque o Wordfast 6 não funciona bem no Mac e, mesmo no Windows, não é lá essas coisas: está muito cru, ainda.

Então, volta a fita: não vai dar para jogar no lixo um programa como o WF5, bom, querido, maduro, para botar no lugar dele um outro que ainda está, assim, meio adolescendo. Alguém, então, teve a brilhante idéia de rebatizar o WF5 de "Wordfast Classic" e o WF6 de "Wordfast Pro", sutilmente sugerindo que o velho era coisa de amadores. Deu uma confusão dos diabos e vai dar ainda muito mais, como vou mostrar agora abaixo.

Os dois programas são vendidos sob uma mesma licença. Quer dizer, se você pagar com cartão de crédito brasileiro, paga 150 euros por uma licença de uso por três anos de algo que se chama Wordfast Studio, que combina o WF5 (Classic) como o WF6 (Pro). Usa o que quiser ou os dois, tanto faz. Ambos vão continuar em desenvolvimento, mas não sei o que vão fazer quando o WF Classic chegar à versão 5.9999zzzzz, porque não dá para ir para o 6.x sem criar mais confusão ainda.

Até aí, tudo bem. Mas eis que agora nos aparecem com um Wordfast Plus Pro, por um preço especial introdutório de 550 Euros.  http://www.wordfast.com/products_wordfast_pro_plus.html  

Ao que se diz, a Transperfect comprou o Wordfast, está no leme e é ela quem dá as cartas. Não justifica nada, mas explica muita coisa. 

Depois desta introdução, que me pareceu indispensável, embora longa, vamos a umas conclusões e sugestões:

1. A licença trienal do WF Studio, por 150 Euros é um excelente investimento para qualquer tradutor, independentemente do gênero que traduza, desde que traduza línguas que se escrevam da esquerda para a direita.

2. O WF Classic é um programa mais estável e, se você trabalha principalmente com arquivos em formato Word, deve ser sua escolha, deixe o "Pro" na espera. Use o Pro somente se o Classic simplesmente não der conta do formato de arquivo que você está usando.

3. Procure aprender a usar tudo o que o WFClassic tem. Aqui, falo meio constrangido, porque ofereço treinamento e consultoria avançados para usuários de Classic, mas a minha experiência mostra que a maioria esmagadora dos usuários de WF não faz uso nem de 5% dos recursos do progama, o que é uma pena. 

3. O "Plus", é um simples suplemento. O WF Classic não precisa dele e o WF Pro não vai funcionar melhor com ele. O tal do Plus tem uma série de funções importantes para agências, mas que dificilmente vão fazer alguma diferença para tradutores. 

Vamos ver o que vem pela frente. Talvez o Wordfast Pro Plus Platinum, com bordas rechedas de Catupiry. 



[Kelli lentamente voltando à ativa no blogue — a qualidade deve começar a melhorar]

7 comentários:

danilo augusto disse...

Danilo,
vejo você sempre falar do WF e uma vez li que você não teve chance de dar uma olhada no Across.
A versão "Personal Edition", própria para autônomos é grátis.
Eu instalei e gostei bastante, possui vasto material de treinamento (inclusive vídeos e aulas online grátis) e bom suporte (precisei para instalar porque minha máquina não aceitava o SQL Server).
O programa me parece bem completo e fácil de usar.
Fica a dica.
[]'s

Valter - Tradutor Técnico Inglês-Português disse...

Como sempre, excelente o seu post. Dei uma olhada no tutorial do Wordfast Pro, disponibilizado na pagina do Wordfast e achei horrível. Parecem haver colocado muitos controles mais, o que deve aumentar o tempo para aprender. Reduziram drasticamente a área de visualização da tradução, que agora é uma misera caixinha onde seu texto fonte e tradução deve se espremer, juntamente com seus olhos, sem dúvida. Não há nenhuma função mais avançada no programa, como a propagação automática da tradução, como ocorre no DVX e no MemoQ. Mesmo a exibição da memória de tradução ("Display Translation Memory"), apesar de ter sido redesenhada, e ser exibida do lado, com mais de meia dúzia de opções, não parece de grande ajuda, já que ocupa grande espaço na tela. Acho que o jeito é esperar e continuar usando a versão 5.52 que, como você mesmo diz, e eu comprovo, já está madura e quase no ponto.

Valter - Tradutor Técnico Inglês-Português disse...

Como sempre, excelente o seu post. Dei uma olhada no tutorial do Wordfast Pro, disponibilizado na pagina do Wordfast e achei horrível. Parecem haver colocado muitos controles mais, o que deve aumentar o tempo para aprender. Reduziram drasticamente a área de visualização da tradução, que agora é uma misera caixinha onde seu texto fonte e tradução deve se espremer, juntamente com seus olhos, sem dúvida. Não há nenhuma função mais avançada no programa, como a propagação automática da tradução, como ocorre no DVX e no MemoQ. Mesmo a exibição da memória de tradução ("Display Translation Memory"), apesar de ter sido redesenhada, e ser exibida do lado, com mais de meia dúzia de opções, não parece de grande ajuda, já que ocupa grande espaço na tela. Acho que o jeito é esperar e continuar usando a versão 5.52 que, como você mesmo diz, e eu comprovo, já está madura e quase no ponto.

Danilo Nogueira disse...

Não diria que é horrível, Valter, mas digo que ainda está meio cru. O problema é que muita gente imagina que o "seis" seja uma versão melhor do "cinco", quando se trata de um programa absolutamente novo e diferente e o "cinco" vai continuar na praça.

Anônimo disse...

Comprei o WFPro, mas me parece que fiz besteira. Até agora não consegui entender realmente como funciona. Afinal, pelo que entendi, sou eu que devo alimentar o programa, fazendo minhas próprias traduções? Alguém pode me ajudar, ou indicar um curso no Rio de Janeiro, onde eu possa aprender a usá-lo, pelo menos em parte? Grato,
Aleixo/Goiânia. alenuss@bol.com.br

Danilo Nogueira disse...

Aleixo, desculpe a demora na resposta. Wordfast, em qualquer de suas encarnações, é um programa de auxílio ao tradutor, não um programa de tradução.

É o tradutor que, ao traduzir, vai construindo suas próprias memórias.

Anônimo disse...

Sou tradutor há algum tempo e sempre gostei de testar novas ferramentas para agilizar o processo. Testei uma versão do Wordfast (4.2), mas não consegui habilitar as funções conforme o tutorial que o acompanhava. Ao longo de muitos anos de tradução, criei meu próprio glossário para facilitar meu dia-a-dia. Transformei meu glossário.doc em .txt para usá-lo no WordFast e não tive bons resultados. Acredito que a tecnologia é válida sim, mas esse programa em específico não me agradou muito. E, para não dizer que sou tendencioso, nunca usei esse Trados. Já usei programas como o Globalink Translator. Não gostei do resultado da tradução em si, mas gostei do ambiente de tradução assistida que está disponível na versão 6 e portátil. Acredito que a tecnologia avançou muito, mas a tradução humana ainda será necessária por muitos milênios...
Dante