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terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Tabelas, pisos, aviltamentos, etc.

No meio da conversa, sempre tem alguém que fale de preços e, aí, a conversa pega fogo.

O consenso geral é que nossas taxas estão defasadas em aproximadamente trinta por cento. Faça o teste num grupo de tradutores: proponha que deveríamos ganhar uns 30% a mais e veja como a maioria vai concordar. Trinta por cento é um valor mágico: a maioria acha "o justo".

Sempre tem alguém que vai falar numa tabela, num mínimo que nos obrigaria a todos. A maioria também vai concordar que isso seria ótimo. A maioria já perdeu serviços porque apareceu alguém cobrando a metade do preço deles e seria bom acabar com essa prática destrutiva.

Ficam todos felizes, satisfeitos: é uma excelente idéia. Mas a felicidade termina quando se tenta dizer qual é esse mínimo. Cada um pensa em um valor, digamos, 10% abaixo do que estão cobrando agora. Assim, não vai vir safado nenhum cobrar metade e pegar o serviço. Se cobrar 10% a menos, sempre dá para arranjar um desconto e ainda sobreviver.

Mas acontece que, como os preços variam muito de tradutor para tradutor, o mínimo que serve para uns pode ser irrisório para outros e inalcançável para outros. Então, aparece uma turma dizendo vocês não entenderam, é um piso, quer dizer, quem quiser e puder cobrar mais, que cobre. Tudo bem, mas como é que eu vou explicar para o meu cliente que meu preço é o triplo do piso? Bom, esse é o meu problema, claro, eles não tem nada com isso, que o coleguismo só chega ao exigir um aumento dos que cobram menos que eles e lhes roubam serviço. Quando eles pegam um serviço, cobrando metade do que eu pedi, isso se chama… se chama como?

Mas a turma que cobra mais procura forçar o piso para cima, porque se é para ter piso baixo, então não adianta ter piso.

É mais ou menos nessa hora que a discussão azeda e a turma começa a se desinteressar da conversa. Mas a conversa não morre de todo. Mais dia, menos dia, ressurge, igualzinha ao que foi na vez passada.

Por hoje, é só. Amanhã tem mais. Não esqueci da história de trabalhar para o exterior e receber de clientes de fora. Mas ainda vai ter de esperar um dia ou dois.

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