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domingo, 15 de abril de 2007

As cinco habilidades (final)

Resumindo nossos capítulos anteriores, as quatro primeiras habilidades são

1. Ter comando passivo da língua de partida;

2. Ter comando ativo da língua de chegada;

3. Entender o assunto (o que não significa que para traduzir medicina seja necessário ser médico, por exemplo);

4. Dominar técnicas de tradução;

e, da quinta, falamos agora: o conhecimento de informática. Extraordinário como tanta gente competente e com potencial despreza a informática. A maioria de nós já tem computador, acesso a Internet e e-mail. Mas a maioria subutiliza suas máquinas. Quantas vezes ouço "tenho computador, mas uso como máquina de escrever" – até com uma ponta de orgulho. Alguns, muito relutantemente, estão entrando nas memórias de tradução, das quais aprenderam o mínimo necessário para levar um projetinho de Word até o fim. Mas a maioria fica por aí – e ainda se queixa de que não tem serviço.

Vejo com surpresa que muita gente não sabe sequer fazer busca avançada no Google nem tem um programa de busca no HD (meu preferido é o Copernic Desktop Search). Muitos têm computadores caindo aos pedaços e se reacusam a investir um tostão em máquina ou programas, sob a alegação de que não ganham o suficiente.

Para encerrar esta novelinha, vou contar duas breves histórias.

Primeira: quando comecei, tinha uma máquina de escrever mecânica, semiportátil. Logo meti na cabeça que precisava de uma elétrica. Comprei uma Remington, elétrica. Todos os veteranos da época me disseram que era dinheiro jogado fora, porque tradução pagava pouco. O negócio era usar uma máquina antiga, de segunda mão, barata. Fui em frente e o aumento na minha produtividade, para não dizer no meu conforto, pagou a máquina num instante.

Segunda: o mês passado ligou uma agência suíça me oferecendo um filé. Tudo uma beleza: bem na minha área, coisa repetitiva, doce de coco. Sabem qual foi a primeira pergunta que me fizeram? "Você sabe traduzir XML usando TagEditor?" Se eu dissesse "uh?", a conversa terminava ali mesmo.

Mais tarde conto o resto do livro do Ewandro. sobre simultânea. Tem umas coisas muito suculentas.

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