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segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Nunca vi isso na minha vida!

Ontem comentei que, de vez em quando meus relatórios financeiros habituais contêm trechos sobre outras áreas. Outro dia, me apareceu um texto de umas cinco mil palavras sobre uma área que, para mim, era totalmente desconhecida. Vamos dizer, só para exemplificar, que estava traduzindo um texto sobre aspectos econômicos da fabricação de rebimbocas. Não era, mas fica mais fácil quando se dá nome aos bois, ainda que um nome fictício.

Acho que nove entre dez pessoas começaria a tarefa procurando um glossário sobre rebimbocas, na Internet e entre os colegas. Tenho muito medo de glossários bilíngües e, embora tenha montes deles em casa, uso com muita parcimônia, não importa de onde tenham vindo.

Quando me aparece algo assim, meu primeiro passo é procurar, na Internet, uma meia dúzia de artigos sobre o assunto, na língua de chegada. Quer dizer, se eu estiver traduzindo para o português, procuro material sobre o assunto em português. Se estiver traduzindo para o inglês, procuro material em inglês. Dou uma lida, assim, meio que por cima, para assimilar o balanço. Em alguns casos, copio trechos dos textos para o Word e marco em amarelo os termos que me parecem interessantes.

Só vale a pena examinar textos escritos por nativos. Quer dizer nem olho textos que tenham sido traduzidos ou escritos por estrangeiros. Um texto sobre rebimbocas escrito em inglês na Malásia deve ser descartado, por mais que alguém nos diga que na Malásia todos falam excelente inglês desde bem pequeninhos. Da mesma forma, um texto em inglês encontrado no site da ABRA – Associação Brasileira das Rebimbocas Automáticas é, na melhor das hipóteses, suspeito. A ABRA pode entender muito de rebimbocas, mas isso não quer dizer que entenda de tradução. Eu, de rebimbocas não entendo nada, mas entendo um tanto de terminologia financeira, tributária e de direito societário e posso dizer que os sites em inglês de nossos bancos e da CVM são uma tragédia. Daí, deduzo que o site da ABRA talvez não seja grande coisa.

Com um pouco de boa vontade, a gente encontra um texto na língua de chegada sobre o mesmo assunto que estamos traduzindo e com praticamente todos os termos de que precisamos. Durante a tradução, você vai ter a satisfação de ir lembrando dos termos que encontrou no texto de pesquisa – e são termos confiáveis, porque vêm de um texto autêntico. Se você estiver traduzindo para uma língua estrangeira, um texto desses também vai te dar grandes sugestões estilísticas.

Quem sabe amanhã me vejo com jeito de falar de glossários. Por hoje, chega.

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