Esta conversa mole toda sobre preços vem daqui onde falo de preços médios e do que chamo a "puxadinha", ação de "puxar" o preço um pouco mais para cima ou para baixo da média do segmento. O Sidney Barros, Jr. deixou um comentário, dizendo a puxadinha em geral era para baixo. Discordo. Se a puxadinha for em geral para baixo, a média em si cai.
Puxa-se para baixo para entrar num mercado e o próprio ato de puxar para baixo clama aos quatro ventos que se tem pouca experiência, que se está sem serviço.
Pior ainda quando o tradutor é veterano. Se você está entrando agora no mercado e aceita um pouco menos que a média, pode estar procurando achar o seu lugar ao sol, oferecendo um incentivo extra ao cliente – seja agência ou não. Entretanto, um sujeito que tem dez anos de carreira na cacunda e aceita trabalhar por menos que a média ou permanece nos mercados "de carregação", precisa dar uma olhadinha mais atenta no seu trabalho como tradutor ou como vendedor do próprio peixe.
À medida que você vai firmando o pé em um determinado segmento do mercado, abandona a puxadinha para baixo. E quando está com o pé realmente firme, com um bom fluxo de serviço, está na hora de puxar para cima, de migrar para um segmento mais bem remunerado ou fazer ambas as coisas ao mesmo tempo.
Aumentar os próprios preços é um ato de coragem. A maioria dos tradutores tem uma visão excessivamente pessimista do mercado e acredita que todo cliente sempre procura o tradutor mais barato e que, portanto, a única maneira de conseguir o serviço é botando o preço lá
4 comentários:
Olá Danilo,
Parabéns pelo blog!
Sempre bem-vindas as dicas sobre o mercado da tradução.
Abraço,
Ana Barbosa
(arcbeutopia.blogspot.com)
Danilo, mais uma vez, tenho que tirar o chapéu pra você.
Experiência agrega. Experiência custa mais caro. E a nossa área é excelente para isso, quanto mais pegamos no batente, melhor ficamos. Olha que coisa linda!!! Vivemos tempos em que, quanto mais antigo, menos você serve. No nosso trabalho funciona exatamente de maneira oposta.
Quanto aos preços, reajusto todos os anos. Meus clientes também fazem isso com os preços deles. O salário da minha secretária doméstica também aumenta de quando em quando. O feijão, o café, o tomate, a conta de luz, água e telefone idem. Por que só nós é que temos que apertar os cintos?
Oi, Danilo,
Parabéns pelo seu blog, ele é muito relevante para nós, tradutores.
Gostaria de te pedir que aborde também a questão da cobrança por um trabalho realizado e não pago. O tema é bastante delicado, pois acredito que muita gente já enfrentou essa situação, que simplesmente ficou sem solução, causando muita frustação e dor de cabeça. Abraços e obrigada.
Olá, Danilo.
No artigo anterior, citado nesta continuação do mesmo, quando indiquei que a "puxadinha em geral era para baixo", foi justamente tendo o mesmo pensamento conforme você revela ao dizer: "Aumentar os próprios preços é um ato de coragem. A maioria dos tradutores tem uma visão excessivamente pessimista do mercado e acredita que todo cliente sempre procura o tradutor mais barato e que, portanto, a única maneira de conseguir o serviço é botando o preço lá em baixo".
Além do que, tenho percebido uma enxurrada no mercado de "pessoas que traduzem" e que aceitam qualquer valor baixo por ser um "bico ou quebra-galhos" e empresas e agências que se aproveitam da existência destas novas pessoas no mercado e fazem de tudo para reduzir preços.
De modo geral, suas colocações estão excelentes e concordo bastante com o que foi exposto.
Continuo acompanhando a série de artigos sobre este assunto que deveria ser visto com outros olhos pela "classe". Quem sabe assim, talvez utopia de minha parte, mas acabaríamos por nos unir mais e com isto ganhar mais. Há horas em que é necessário unir forças e não pensar só na força de um outro colega como fonte exclusiva de "concorrência".
Abraços fraternos.
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