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terça-feira, 8 de abril de 2008

Vamos falar de preços?

Neste artigo, que inicia esta série sobre preços e pagamentos, disse que Não existe "preço justo", um preço determinado por uma fórmula matemática regida pela ética. Existe o preço que você e seu cliente combinaram. Essa é a definição jurídica de preço justo: o preço que as partes ajustaram. A definição econômica é o preço normal do mercado.

Normalmente, quem paga acha o preço é excessivamente alto e quem recebe acha excessivamente baixo, mas isso faz parte da vida.

Os preços de tradução são muito dispersos: tem quem receba R$ 0,03 por palavra, tem quem receba € 0,12 – e veja que é uma grande diferença. Menor do que parece, porque geralmente se exige mais de quem ganha mais e, por isso, quem ganha mais produz menos. Mesmo assim, há uma bela diferença.

A dispersão está ligada à segmentação do mercado. Quer dizer, não há um mercado de tradução, há uma infinidade de mercados, cada um com seus preços e suas regras, a maioria não escritas.

A primeira medida a tomar é saber em que segmentos de mercado você se encaixa e com que segmento está lidando. Se você pegar uma agência indiana, não adianta querer cobrar € 0,12 por palavra, porque não vai dar.

Por outro lado, tem o que se chama a "puxadinha": se você quer entrar num determinado segmento, talvez tenha que puxar o preço um pouco para baixo. Por exemplo, se a média for R$ 0,05 por palavra, talvez você tenha que aceitar R$ 4,00 para entrar no mercado.

Isso é absolutamente normal, mas propõe ao menos um problema: como passar dos R$ 4,00 "puxados para baixo" para os R$ 0,05 da média, para os R$ 0,06 "puxados para cima" e, por fim, como passar para um segmento que pague melhor.

Mas disso falamos amanhã.

Um comentário:

Unknown disse...

Mestre Danilo, o texto está perfeito em seu teor.
De fato a tal "puxadinha" (que em geral é para baixo) é um grande dilema dos que estão aportando agora neste mar chamado mercado de tradução. Claro é que os motivos pelos quais uma "puxadinha" possa ocorrer são os mais díspares, quase infinnitos. Há desde "entrar num certo segmento / nicho" até "Oh, oh... a cara do gerente de sua conta corrente no banco... nada amigável".
Estou ansioso por continuar a leitura.
Abraços do mais recente fã de carteirinha de seu blog.