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sábado, 26 de abril de 2008

Riscos financeiros da tradução

Quando aparece um serviço, você pode aceitar ou recusar.

Se recusar, corre pelo menos dois riscos: o de ficar de mãos abanando um bom tempo e o de perder o cliente. Se aceitar, corre pelo menos outros dois: o de ter de rejeitar uma oferta melhor, porque já tem todo seu tempo ocupado, e o de não ser pago no prazo, ou mesmo de não ser pago. É desse risco que vou falar hoje.

Serviço prestado no prazo combinado tem de ser pago no prazo combinado e pronto. Isso eu já disse até cansar aqui e alhures. Se você quer se meter a empresário da tradução, pegando serviços e repassando a terceiro, primeiro muna-se do capital necessário para encarar o problema se o cliente final não pagar. Se não tiver o capital, não se meta. Quer dizer, imagine o seguinte: e se o cliente final não pagar, o que é que você faz? Até que nível você pode garantir a parada e pagar o tradutor no prazo? Se for uma tradução de R$ 500,00, você agüenta o tranco? E se for de R$ 5.000,00?

Mas a turma não cria juízo, banca jogadas que não pode bancar. Fica como nos desenhos animados, que aparecem os cifrõezinhos piscando nos olhos, quando vê serviço grande pela frente. Depois, chora.

Do ponto de vista do tradutor final, quer dizer, de quem realmente meteu a mão no teclado, as considerações são um pouco diferentes, mas, por assim dizer, simétricas. Quer dizer, se Alfa te oferece um serviço, você tem que se perguntar se Alfa tem condições de bancar o jogo e mesmo se o cliente final é confiável.

Por exemplo, todos nós sabemos que governo paga quando quer. Se Alfa te oferece uma fatia de um serviço para o governo, você pode ter certeza de que o cliente final vai atrasar e receber vai ser uma odisséia. Se Alfa não tiver cacife para topar a parada em caso de atraso do cliente final, nem pensar, salvo se você estiver com disposição para esperar até que se disponha a pagar Alfa, sem tugir nem mugir.

Se Alfa tiver dinheiro e estiver meramente te sacaneando, botar a boca no trombone pode ajudar muito. Mas se a burra estiver vazia, nem que você toque O Vôo do Besouro no trombone vai ajudar.

Aliás, para aliviar um pouco este artigo azedo, quem sabe você quer ver este arranjo de Vôo do Besouro para piano e trombone. Obrigado pela visita e volte sempre.




Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Danilo.
Descobri o seu blog pela internet na semana passada. E sempre que posso venho aqui dar uma olhadinha nos seus posts, os quais me estão ajudando bastante.
Moro na Itália há 5 anos e me formei em publicidade no Rio em 2000. Agora que me sinto um pouco mais "segura" com a língua italiana, estou procurando entender um pouco sobre o "mundo" da tradução, e o seu blog é um ponto de referência.
Parabéns pela sua boa-vontade em ajudar seja os novatos, seja os "calejados" na profissão.
Ah, se cometi algum erro gramatical, perdoa-me, mas de vez em quando me perco entre o italiano e o português...
Tenha um bom domingo.
Maria Arruda