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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Quero ser tradutor!

Ou, o que é mais frequente, "quero ser tradutora!". Rara é a semana em que não recebo uma mensagem de alguém que quer se dedicar à tradução como profissional, sempre me pedindo "algumas dicas".

Este blogue não passa de uma coleção de dicas para tradutores. Tem até, aí do lado, dois marcadores, um iniciantes e outro principiantes, que levam o leitor a várias notas especificamente direcionadas para os que estão ainda nos primeiros degraus da escada profissional.

Há muito pouco que eu possa dizer que não esteja aqui e que eu não tenha dito mil vezes em palestras e nas Reuniões na Sala 7. Uma das minhas maiores dificuldades atualmente é escrever artigos novos, sem repisar mais uma vez os fatos, temas e conselhos que já dei mil vezes.

Por que me escrevem, então, pedindo "dicas para iniciantes"?

Não sei. Talvez seja falta de paciência para pesquisar, para ler a tela toda do computador e ver o que nela está escrito, para dar uma boa xeretada no blogue.

Isso é mau. Mau porque o tradutor é, entre outras coisas, um pesquisador cuidadoso, um fuçador nato, um xereta paciente e incontrolável. E escrever uma mensagem perguntando o que está à vista de todos indica que o redator precisa, antes de tudo, mudar seus hábitos intelectuais.

Mas talvez eu esteja sendo injusto. Talvez o missivista tenha lido tudo e esteja procurando aquela diferença, o pulo do gato, aquela chave mestra que abre todas as portas. Como, depois de ler meio blogue, não encontrou, resolveu perguntar. O fato é que não existe essa chave mestra. Existe uma porção de coisas que você pode e deve fazer e que estão descritas nos itens para iniciantes e principiantes e, me desculpe, eu não vou repetir de novo mais uma vez (duplo pleonasmo proposital) para cada pessoa que me escreve.

Mas o pulo do gato não existe. Me faz lembrar as histórias que circulavam na minha adolescência — e devem ainda estar circulando, em versões mais modernas — sobre técnicas para conquistar as meninas. Tenho certeza de que entre as meninas circulavam as histórias recíprocas, sobre como conquistar os meninos. Mas, embora a maioria tivesse lá sua utilidade, nenhuma delas era garantida e eu também não tenho nenhuma técnica garantida para fazer carreira e conquistar clientes.

Mas, para quem insiste e pede, ao menos, uma diquinha, pequenininha que seja, tenho aqui a dica das dicas, a mãe de todas elas, a maior e mais importante: para cada hora que dedicar ao estudo da língua estrangeira à qual você quer se ligar como tradutor ou tradutora, dedique ao menos duas ao estudo do português.

Mas, se você insistir que quer mais uma diquinha, só uminha, porque teu português é bom, e você sabe a diferença entre "a", "á", "à", "ah" e "há", sabe quando se usa "havia" e quando se usa "haviam" (o que é mais do que sabem muitos que me pedem dicas para pretendentes a tradutor), eu vou dizer: aprenda a usar seu computador, principalmente o Word for Windows. Dá pena ver gente que não sabe formatar parágrafos, que bate enter duas vezes no fim do parágrafo, pensa que para iniciar página nova tem que ir dando enter até virar de página, não sabe formatar tabulações nem localizar e substituir marcas de parágrafo, por exemplo.

Agora, se você continuar a insistir, eu vou dar a terceira e última dica: clique nos marcadores "iniciantes" e "principiantes", aí do lado, que tudo o mais que eu sei está lá.

Pronto, já dei três.

5 comentários:

Mairo Vergara disse...

E isso ae, lá vamos nós colar cartazinhos na universidade e aprender a usar o Word decentemente... Posso perguntar um coisa diferente? Quanto tempo leva, se eu começar hoje, para eu começar a ganhar uns trocados como tradutor? Uns trocados eu digo ser capaz de fazer só isso dá vida...

Danilo Nogueira disse...

No mercado, Mairo, vale mais dominar o Word que dominar o Venuti. E, se, de quebra, você aprender a usar Wordfast, vale mais ainda.

Quanto à sua outra pergunta, vou responder em um artigo separado, durante o fim de semana. Fique ligado e obrigado pela visita.

Jório disse...

Oi, Danilo.
Aqui vai um comentário sem muito conteúdo, por pura falta do que dizer, além de que tenho e lido e gostado muito desse blog. Não sou tradutor profissional (ou mesmo amador), mas a possibilidade de sê-lo é, no mínimo, interessante.

Ando curioso a respeito dessa sala 7. Ela estaria, por acaso, aberta a curiosos, tateadores e farejadores em geral? Ou só pra quem já tá mesmo com a mão na massa?

Abraços.

Danilo Nogueira disse...

Jório, a Reunião na Sala 7 e aberta a todos. Do jeito que é conduzida, se você é experiente ou não, não faz diferença. Participe à vontade.

Gerlane G. Oliveira disse...

Oi Danilo.
Desde que me entendo por gente penso em fazer Direito, mas de uns tempos para cá, o entusiasmo por Letras com ênfase em tradução tem crescido muito no meu conceito.
Bom, para encurtar o comentário, agradeço pelas dicas aos iniciantes e pelos demais posts,com eles tenho aprendido a cada dia.Às vezes dá um pouco de preguiça ler tudo o que está escrito(tenho o hábito de ler tudo desde o início,e só agora é que estou conseguindo acompanhar este blog),rs.
Continue escrevendo. Convido-o também, quando tiver um tempinho, a fazer uma visita ao Impactando Vidas http://impactvidas.blogspot.com/ sei que é agnóstico, e o que está escrito lá pode não interessar ao senhor, mas como sempre digo, ler não vai arrancar pedaço, certo? rs. Fique à vontade para comentar, sei lá, fazer algum tipo de sugestões, enfim...
Obrigada.