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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Viver exclusivamente da tradução

O Mairo perguntou, como comentário ao artigo anterior:

Posso perguntar uma coisa diferente? Quanto tempo leva, se eu começar hoje, para eu começar a ganhar uns trocados como tradutor? Uns trocados eu digo ser capaz de fazer só isso dá vida...

Depende muito do caminho que você seguir. Eu consegui um meio período numa empresa, quinze dias depois, uma editora e, assim, imediatamente comecei a viver de tradução. Nem todos conseguem.


Atualmente, eu diria que o caminho mais simples para o iniciante é procurar agêncis e editoras (principalmente as pequenas). Não se ganha muito dinheiro, mas há um fluxo de serviço contínuo, que paga o essencial e dá uma experiência enorme. Isso, evidentemente, quando você estiver preparado. Não adianta fazer testes aos montes quando você ainda estiver engatinhando: só vai queimar o filme.


Procure ter vários clientes: depender de um só é um risco muito grande. Oito meses depois de conseguir o emprego na empresa, pedi demissão, para trabalhar exclusivamente por conta própria. Tinha uma editora que ocupava 75% do meu tempo e mais um cliente direto que ocupava o resto. Muito melhor do que ter de ir ao centro de São Paulo todos, os dias para trabalhar quatro horas. Um dia, a editora parou de me dar serviço e eu caí em desespero.


Em outras palavras, não é bom que qualquer dos seus clientes represente mais do que 25% dos seus rendimentos. Idealmente, 10% deveria ser o máximo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi,
Uma tradutora da velha guarda aqui em Curitiba dizia que o prazo para formar uma carteira de clientes sólida é de 5 anos. Embasamento científico zero, mas comigo não foi muito diferente disso.
Sólida quer dizer que você sabe que seja trabalhando para João ou Maria, Empresa A ou B, você vai ter, sim, dinheiro para pagar as contas no final do mês.
E a vantagem de ter muitos clientes é bem essa que o Danilo falou: lá um dia o teu super-hiper-ultra-mega cliente VIP simplesmente some porque foi transferido para Kuala Lumpur ou coisa parecida. Já me aconteceu isso um par de vezes na vida, mas foram processos indolores. Um dia me dava conta de que fulano não me mandava trabalho há um ano e pronto.
Raquel

Petê Rissatti disse...

É a corrida de todos, principiantes ou não: conseguir seus clientes, fazer um bom trabalho e aprender o tempo todo. Não necessariamente nessa ordem... talvez, até ao contrário seria melhor, não?

Abraços

Mairo Vergara disse...

Grato pelo post/resposta. Sou recém formado em Letras e já vi que só viver de dar aulas é complicado =/ No momento estou dando aulas e fazendo coordenação numa escola, mas a tradução é algo que me chama muita atenção, principalmente pelo nível exigido (pelo que estou descobrindo não é nada fácil fazer tradução séria...).

Acho que vou começar a dar meus passinhos no campo... vamos ver no que dá.

Abraços!