Meu primeiro artigo, depois de vários dias sem conseguir postar nada, é uma homenagem a minha amiga Dayse Batista.
A Dayse, faz uns dias, avisou que está encetando a tradução de seu centésimo livro. Outros terão traduzido mais, outros terão traduzido livros mais longos ou mais importantes, mas a Dayse está traduzindo o centésimo e, com isso, nos dá uma grande lição, uma lição principalmente aos que vivem se queixando.
Ensina que se pode viver de traduzir. Porque vive de traduzir. Taquetataquetaque no seu computadorzinho, ganha o seu sustento e o sustento da Letícia, uma filha bonita e com ar inteligente, que só conheço de fotografia e espero um dia ainda poder abraçar, como um dia abracei a mãe.
Não vai ficar rica traduzindo, não passa as férias em Paris, não sai à rua arcada ao peso de jóias. Mas vive à própria custa e ainda lhe sobram uns trocados para algumas boas ações que não me cabe comentar aqui. Quando sai à rua, seja a pé ou cavalgando sua bicicleta, é sempre de cabeça erguida, com justo orgulho da sua independência.
A Dayse também nos ensina que é possível viver de tradução fora do eixo Rio–São Paulo. Mora em Porto Alegre e foi conquistando um cliente aqui outro lá, dando duro, se esforçando, estudando, aprendendo e formou sua clientela, dentro e fora do Brasil. E essa clientela lhe manda serviço. Manda serviço porque ela trabalha direito, só por isso. Não porque tenha amigos influentes. Os amigos que a recomendam são os que conhecem a qualidade do serviço dela.
Deve ter tido seus dias ruins, como todos nós. Mas foi à luta e está aí: cem livros, vinte anos de profissão. E está só começando.
Se você está no Orkut, visite o perfil da Dayse e deixe um recadinho de parabéns, que ela bem merece. E, esteja ou não no Orkut, se precisar de um exemplo de profissionalismo, lembre dela.
domingo, 1 de julho de 2007
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3 comentários:
Ia fazer um MUITO pertinente, sobre quem consegue mais de 10 mil por mês na área, mas como é blog com censura, deixa prá lá...
Danilo,
Esta foi uma semana de muito balanço de vida (e de balanços tu entendes). 100 é apenas um número e, se por um lado eu me pergunto, nos momentos mais lúgubres, se vida se mede por uma pilha de livros, nesta semana eu respondi a mim mesma que não -- a vida não se mede por uma pilha de 100 livros, 50 dicionários na estante e mais "otras cositas". Porém, é uma boa medida de que não estou passando inutilmente por aqui.
Eu soube do teu post pela Marion, que tive o prazer de conhecer pelo Orkut porque ela atendeu ao teu convite para passar lá...
Muito obrigada, AMIGO. E, olha, quando surgir qualquer oportunidade, eu faço questão de levar a Letícia para receber o teu beijo. E te dar um abraço.
Parabéns, mais uma vez, pelo lindo, útil e lúcido blog. Avante!
Um beijo com gratidão e carinho,
Dayse
Parabéns, colega Dayse. Já viu que não dá para cansar de traduzir, não é mesmo? A gente pega esse "bichinho" e ele não nos larga mais.
Continue, queremos o 200º.
Abraços mineiros, com queijo e goiabada.
Stella Machado
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