Com a devida permissão, publico esta mensagem lapidar que nossa colega e minha particular amiga Adriana Caraccio-Morgan enviou a uma lista de discussão, como resposta aos que lhe pedem indicações. A Adriana é sempre de uma franqueza contundente e é esse um dos motivos pelos quais gosto dela. A capacidade dela para dizer o que precisa ser dito, com grande precisão e honestidade, é admirável.
Fala, Adriana!
"Infelizmente, não tenho como ajudar ninguém a entrar no mercado – seja de legendagem, de dublagem, de textos, etc. Mal tenho tempo para respirar e no momento estou sem tempo até de escrever algo com mais carinho, então vai uma mensagem que pode até ser considerada meio antipática por alguns - peço desculpas antecipadas. E pensei muito antes de enviá-la, espero não chatear ninguém - não é a minha intenção, de verdade.
"Há muitas e muitas formas de se entrar no mercado. Indicação é UMA delas. E indicação a gente só dá quando há conhecimento, quando se sabe que pode indicar. Às vezes indico pessoas, quando não posso pegar um determinado serviço e quando o cliente não faz parte do meu objetivo. Muito raramente, repasso serviços, ou melhor, divido serviços, mas já tenho alguns colegas em quem posso confiar. Mas é muito raramente mesmo.
"Os contatos de potenciais clientes estão por aí – facílimo de se achar pela internet. Quando eu comecei, foi na base da lista telefônica, em 1998. O mesmo vale para “como funciona o mercado”. Eu mesmo já respondi muito, mas as respostas podem ser encontradas por aí, pela internet, pelo Orkut... Não posso dedicar tempo a isso.
"Quando entrei no mercado, não pedi ajuda a ninguém, e ninguém me ofereceu listas de contatos, nem me disse o que fazer, como fazer. Isso cada um desenvolve. Até porque não há receita de bolo – o que funciona para mim, no meu nicho, pode não funcionar para vocês. E eu diria que a minha postura faz parte do meu pacote de serviços, que funciona de uma determinada forma. Outros terão outras formas de lidar com clientes, etc. Há ações de venda que podem dar certo, mas não combinam com o meu perfil, então eu só faria em caso de desespero.
"Desejo boa sorte a todos, acredito que há espaço para quem quer que faça um trabalho profissional e tenha seriedade. Basta encontrar o seu caminho – e isso é uma jornada pessoal."
Falou a Adriana. Aproveite e faça uma visitinha ao blog dela.
3 comentários:
Oi, Danilo,
Obrigada pelas palavras. Sem puxa-saquismo, também citei seu blog lá no meu, porque o que escrevi hoje tem muito a ver com a tecla em que você sempre bate - profissionalismo, postura.
E muito do que aprendi foi observando os mais experientes, logo que entrei na trad-prt, há 10 anos. Você certamente me ajudou muito, mesmo que eu jamais tenha escrito a você para pedir conselhos sobre como entrar no mercado... :-)
Clap-clap-clap!!!
Concordo com a Adriana em gênero número e grau. Quando comecei, há bons 17 anos, foi na base da lista telefônica, amigos, etc.
Minha situação é pior. Como moro na Inglaterra e já estou estabelecida com boa clientela, gente que acaba de me conhecer me pede "minha lista de clientes". Digo que a achei na Internet. E tem gente que se ofende, com a mania de brasileiro de "não gostar de ajudar, tomara que você nunca precise de ajuda, sua mocréia."
Sem contar colegas do Brasil que me escrevem pedindo para dividir trabalho, enviando seu CV para eu enviar a MEUS clientes, gente que quer que eu consiga os trabalhos aqui, a preço bom, e lhes repasse tudo, 100%. Só não sei como acham que vou sobreviver aqui ou pagar MEUS impostos. E sim, quando recuso, é a mesma ladainha: Egoísta, arrogante, não quer ajudar os colegas.
Por que devo? Bom, serviu como desabafo contra gente folgada.
Postar um comentário