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domingo, 14 de junho de 2009

Ainda, a resposta à Renata.

Minha experiência, é que o mercado nos mostra o caminho. Se você tiver uma formação profissional específica, por exemplo, se for médica, e quiser passar à tradução, há uma boa chance de você terminar por se especializar em tradução médica. Mas, se não for esse o caso, deixe o mercado indicar o caminho. Não dá para ter certeza de que, se você fizer um curso de tradução médica, ou jurídica ou o que seja, vá conseguir serviço nessa área. Nosso mercado é muito disperso para a gente fazer uma aposta dessas. Se começar a pintar serviço de jurídica, vá fazer o curso e atormente o professor com perguntas de toda a espécie. Foi assim que fiz eu e fez muito mais gente.


Quanto ao inglês, desde que comecei a traduzir, ouço que ele vai ser substituído como coinê. Quando veio a crise do petróleo, todos diziam que o negócio era aprender árabe. Com os milagres econômicos da Coréia e Japão, o que se dizia é que tínhamos de aprender coreano ou japonês, para não ficar para trás. Agora, é o chinês.Mas a língua internacional por excelência ainda é o inglês e, nos últimos tempos, só tem ganho terreno. A revista francesa La Recherche de Abril de 2009. (li em papel, não sei se na Internet está inteiro) tem um excelente artigo mostrando que mesmo na Europa, o inglês avança. As razões transcendem de muito os motivos econômicos e políticos a que normalmente se atribui essa preponderância e não posso me deter nelas agora.


Porém, a meu ver, a falha crucial nessas recomendações de aprender esta ou aquela língua porque seria a do futuro é desprezar o lado do prazer, interesse, satisfação: você tem interesse em cultura chinesa? Já ouviu chinês falado? Achou bonito, interessante? Já pediu para um chinês te ensinar a dizer “por favor, onde é o banheiro?”, para ver se consegue se haver com os tons e a pronúncia em geral? Porque se você acha os chineses, sua cultura e sua língua muito pouco interessantes, nem o melhor professor de mandarim deste mundo vai conseguir enfiar na tua cabeça o suficiente para uma profissional competente naquela língua e, mesmo que conseguisse, traduzir chinês ia ser uma tarefa extremamente desagradável.


Ser tradutor profissional deve ser uma festa, não uma tortura, Renata.

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