Recebo várias mensagens de colegas falando sobre preços, alguns falando em aviltamento, prostituição e quejandos; outros tantos falando em preço justo. Alguns até me condenando por não falar o suficiente sobre o assunto. Mas não é verdade, porque tem até um marcado aí do lado "preço de tradução".
Parece que alguns gostariam que eu dissesse "o preço justo para uma tradução é X, pagar menos que isso é exploração, aceitar menos que isso é aviltamento".
Sinto muito, não vou dizer. Posso dizer quanto eu cobro: no Brasil, meu piso é R$ 0,30 por palavra do original; no exterior, o piso é US$ 0,15, também por palavra do original. São valores altos, cobrados por tradutores experientes. Isso significa que, no Brasil, nenhuma agência trabalha comigo e que, no exterior, só umas poucas agências e clientes diretos me contratam. Por outro lado, tenho clientes que oferecem US$ 0,17 por palavra do original.
Desde agosto do ano passado, a Kelli revisa minhas traduções e é paga do meu bolso. Por incrível que possa parecer, revisar o próprio serviço custa mais caro do que pagar uma revisora. Fazer uma revisão decente de seu próprio trabalho toma um tempo danado e eu ganho mais traduzindo. Aliás, do ponto de vista estritamente técnico, ninguém deveria revisar seu próprio serviço e, antes da Kelli, quem revisava meu trabalho era minha mulher.
Ter uma revisora também aumenta minha capacidade para lidar com serviços de urgência: mais de uma vez, entre eu terminar a minuta de uma tradução de 50.000 palavras e entregarmos o serviço completo e revisto, preciso menos de uma hora, porque vou passando o serviço para a Kelli aos pedacinhos e ela está sempre nos meus calcanhares.
Antes que me esqueça, esses são valores para serviço de tradução do inglês para o português. Nestes tempos de hoje, raramente traduzo para o inglês.
Acho que amanhã volto ao assunto. Tenho uma história divertida para contar, mas é longa demais para hoje.
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