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quarta-feira, 12 de março de 2008

Prazos - respondendo o recacadinho da Raquel

A Raquel comentou o prazo de entrega mencionado no artigo anterior. O comentário dela vale a pena ler. Mas aqui me estendo sobre o assunto. O cliente parte do princípio – ou finge que parte – de que nós estamos com as mãos abanando e podemos pegar o serviço deles na hora da aprovação e levar até o fim sem parar. Então, um serviço de doze horas, liberado às cinco da tarde, deve ser entregue na manhã seguinte.

Não é assim que funciona, claro. Nós dormimos, comemos e temos outros compromissos. Já que tantas vezes trabalhamos nos fins de semana, coisas como supermercado e até uma volta no shopping para espairecer ficam para o meio da semana. Tem também médico, mãe doente, filho na escola, carro no mecânico e mais mil coisas. Não estamos acorrentados ao computador como dizem que certos soldados foram acorrentados às suas metralhadoras na segunda guerra mundial.

Finalmente, tem também os outros serviços, claro. O cliente te manda cinco laudas e diz, pelo amor de Deus, você não precisa de mais de duas horas para fazer isso. Mas o fato é que você, totalmente lotado, não tem duas horas de jeito nenhum. E o serviço de duas horas precisa de dois dias.

O cliente se irrita – ou faz de contra que se irrita – mas é assim mesmo. Você chama o encanador e ele diz só posso ir depois de amanhã, estou no meio de outro serviço e não posso largar vala aberta e esgoto entupido. Se ele disser isso e realmente vier depois de amanhã, ótimo. O duro é quando diz que vem depois de amanhã e desaparece para sempre na voragem dos tempos.

Ao cotar o prazo, estava, simplesmente, frisando o fato de que a gente só começa quando o cliente aprova o orçamento e pensando na pessoa cuja consulta tinha dado origem ao artigo, uma principiante com zero de serviço. Mas deveria ter sido mais específico. Do lado positivo, temos que a minha falha engendrou um recadinho da Raquel.

Mas, ainda que mal pergunte, como cotar prazos, então? Pode ser do jeito que a Raquel sugeriu, mas eu não gosto, porque meus clientes não costumam aprovar sem ter uma idéia de prazo. Quer dizer, ficamos andando em círculos.

O que eu costumo fazer é dizer algo assim: Esta cotação é válida por trinta dias. O prazo de entrega varia de acordo com a minha carga de trabalho no momento em que a aprovação for recebida. Se for recebida até o fim do expediente de hoje, o prazo será de X dias. Ai o cliente escreve dizendo preciso de três dias para aprovar. E eu respondo sem problema, mas não posso passar três dias recusando serviço enquanto vocês decidem se vão fazer o serviço comigo ou com outro. Nesses três dias pode aparecer um serviço enorme, que inviabilize esse prazo e não posso recusar. Essas coisas mudam de minuto em minuto. O máximo que posso dar de garantia de prazo é três horas.

Também nós temos nossos meiozinhos de pressão.

Um comentário:

Camilinha disse...

Realmente, essa questão do prazo é uma loucura. Trabalho basicamente com Marketing, e nessa área tudo é 'para ontem'. Os clientes têm pressa para aprovar e, conseqüentemente, para receber. Então o negócio é "pá-pum". Os clientes cativos que já sabem como são os meus prazos pedem reserva de data. E eu concedo. Isso ajuda também.

Entretanto, para qualquer um dos casos, o importante é SEMPRE DEIXAR TUDO BEM CLARO, como o Danilo explicou. Por mais que o cliente fique bravo por você não conseguir o prazo, ele sabe que você é profissional, e que entrega no prazo combinado. E, convenhamos, profissionalismo nunca é demais, certo?