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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Embolou o Meio de Campo - para Lucya Hellena e Luciana

Estou respondendo aqui às mensagens destas duas colegas, porque parece que têm a mesma origem (terão elas feito o mesmo curso? Serão conhecidas uma da outra?) e porque creio que haverá mais gente neste bonde.

Estamos (este artigo está passando pelo crivo da Kelli, que já me fez re-escrever tudo duas vezes e disse que ainda não está do jeito dela, mas que dá para postar) surpresos com a reação de vocês duas. Parece que vocês entendem essa tradução via Google Translate como a pedra de toque do Wordfast Classic, a sua característica mais importante. Não concordamos. Sabemos usar a tradução automática e até usamos em um que outro caso. Mas sua utilidade é restrita e, em muitos casos, o uso é desaconselhável, porque dá mais trabalho revisar o Google do que fazer tudo do zero, com o material da memória e glossários.

Wordfast Classic é uma poderosíssima ferramenta para o tradutor profissional. Seus principais recursos são o uso avançado de glossários, as cabriolas que ele pode fazer com os comandos da Pandora's Box, o sistema eficientíssimo de pesquisa de frases na memória, os sistemas avançados de controle de qualidade, enfim, uma série enorme de recursos que mesmo programas mais caros não oferecem. Mais refinado que o Wordfast Classic, atualmente, só o MemoQ — que não tem essa coisa de tradução automática via Google. Aliás, o Trados antigo tinha, não deu muito certo. O Trados novo, apesar de algumas informações divulgadas por aí, ainda está muito cru. Sugiro ficar longe.

Perante tudo o que foi dito acima, a tradução automática, via Google Translate, signfica pouquíssimo.
Para usar o Google Translate, o Wordfast Classic usava uma "porta" que o Google tinha deixado aberta. A porta foi fechada pelo Google (direito deles) e agora o Wordfast Classic não pode mais entrar. Não há absolutamente nada que o atendimento do Wordfast Classic possa fazer. A porta foi fechada "por dentro" e não adianta bater, porque só o Google tem a chave e vai abrir quando quiser. Encerraram o serviço, nada podemos fazer. A equipe do Wordfast Classic está procurando uma outra porta. Ela existe, está sendo testada, mas ainda não foi a nova versão que usa essa porta não foi liberada porque não se tem certeza de que vá funcionar direito. Terminados os testes, se for aprovada, será liberada. Eu aviso aqui, vocês atualizam o Wordfast Classic (grátis, durante três anos) e ficam felizes.

Não achamos o Wordfast caro. Tirante o OmegaT e mais um que outro programa grátis, todos eles muito limitados, o Wordfast Classic é o programa de tradução assistida por computador mais barato que existe e ajuda tanto que a gente costuma recuperar o preço em menos de uma semana de trabalho. Se vocês querem ser profissionais de sucesso, preparem-se para investir e investir alto. Eu devo muito do que consegui aos meus altos investimentos em equipamento e programas e a Kelli está seguindo meu caminho e se tornando uma profissional supre equipada. Sem investimento, não há lucro. Nós não investiríamos dinheiro na compra do Systran. Não achamos que valha a pena. Mais vale a pena procurar aprender a usar melhor os recursos do Wordfast, mediante cursos ou com o manual.

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito obrigada Danilo. Obviamente, fomos mal orientadas. Sim, Lucya Hellena e eu somos amigas e tivemos a mesmo orientação. Não possuímos TM suficiente (praticamente 0) para trabalhar sem o Google. Estamos fazendo nosso trabalho como se fosse artesanalmente. O que vc nos sugere? Outro tipo de curso?

Kelli Semolini disse...

Luciana, todo tradutor que tranalha com CAT começou assim, do zero, artesanalmente, e foi construindo sua TM ao longo do tempo. POr isso, cada um deles trada da sua TM com um cuidado gigantesco, porque perder aquilo significa perder anos de trabalho.

Google ajuda, claro, mas não pode nem deve ser a sua tábua de salvação. É como um engenheiro que não sabe mais fazer as contas mais simples sem uma calculadora.

A TM, para nós, que estamos começando, é investimento futuro, não imediato. Apesar disso, existem várias agências que mandam uma TM para ajudar o tradutor em determinado projeto.

Danilo Nogueira disse...

Ao que disse a Kelli, gostaria de agregar que além da memória a gente constrói glossários, aos quais vai adicionando material o tempo todo.

Tudo, tudo, mas tudo mesmo que vocês receberem em formato eletrônico, deve ser processado em WF, para ir alimentando a memória. E apenda a montar e usar glossários — com eles, a tradução anda muito mais depressa.

Vocês sabem montar e usar um glossário? Sabem criar uma memória?

Pretendemos, a Kelli e eu, lançar uma apostila de WF adiantado, mas vai ter de esperar até terminarmos um outro projeto. Por enquanto, temos a apostila introdutória (veja aí ao lado, o widget da Aulavox), que é básica, não vai muito longe, mas ensina, entre outras coisas, a usar glossários.

De um modo ou de outro, continuo achando que a porta de entrada no mundo da tradução assistida por computador é o Wordfst Classic, quer dizer, vocês estão no caminho certo.

Emilio Pacheco disse...

Eu nem sabia que o Wordfast tinha esse recurso. Não tenho a mínima ideia de como funcionava. Mas não sei se era confiável. Tenho minhas dúvidas. Um modismo na maioria dos sites de pesquisa é o tal do "suggest". Você começa a digitar o argumento de busca e ele oferece diversas sugestões. Só que essas sugestões se baseiam nas pesquisas mais frequentes, que nem sempre são as melhores ou estão corretas. Se você digitar "Mario Quintana d" no Google, aparecem sugestões para o texto "Deficiências", que NÃO é de autoria dele, embora a maioria dos internautas pense ser. Mas como está sendo sugerido pelo Google, fica a impressão de que o site está orientando a pesquisa. Se essa vinculação do Wordfast com o Google também funcionava na base da "voz do povo", não sei se produzia resultados confiáveis.