O Graeme, colega tradutor e intérprete opera lá no Nordeste, visitou o blog e deixou o recado:
É, de fato, espantoso o que um tradutor ouve ao conversar com leigos e, principalmente, clientes com expectativas surpreendentes quanto a preço, prazo etc. …Já ouvi coisas do tipo... "mas você cobra até pelas preposições e artigos?"... e fiquei tentado a dizer... "não necessariamente... posso enviar o texto (de 20 páginas) com todas as preposições e artigos ainda em português, se preferir..." mas consegui resistir à tentação.
Não acho nada disso espantoso, Graeme. Alguns realmente não entendem, o que não é de estranhar, porque eu também não entendo a profissão dos outros. Outros entendem muito bem, mas querem ver se dão uma rasteira na gente e arrancam um desconto. Tudo isso faz parte.
Outro dia, um cliente me perguntou se o preço por palavra se aplicava igualmente às palavras grandes e pequenas. Perguntou porque tinha que perguntar, porque achava que tinha de questionar alguma coisa e não sabia bem o que questionar, porque não entendia nada de tradução e, portanto, fez aquela pergunta, como poderia ter perguntado se eu cobrava também pelas palavras iniciadas por “f” ou terminada por “x”, se me faço claro. Tive vontade de dar uma resposta mal-educada ou, ao menos, gozadora, mas como o Grame, resisti. Mas acho que não me saí mal: disse que o preço por palavra era corrigido por um fator calculado estatisticamente, padrão para o setor de tradução, que compensava as palavras curtas com as longas. O cliente ficou todo pimpão e impressionadíssimo com meu profissionalismo.
É preciso manter o bom humor. Por hoje é só. Amanhã tem mais.
Um comentário:
E os que acham que não devem pagar espaços? É. Tantos caracteres por lauda, sem espaços. Não dá vontade de eliminar os espaços e mandar tudo emendadinho? Osleitoresconseguementenderassimmesmo.
Stella Machado
Postar um comentário