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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Sorte, máfia, QI (2)

Continuando o artigo de ontem, acho que agora temos de distinguir “QI” (quem indica) de “propaganda boca-a-boca”. Propaganda boca-a-boca é quando alguém me indica para um serviço, em justo reconhecimento de minhas qualidades. QI é quando algum dos meus concorrentes é recomendado por um dos seus cumpinhchas.

O fato é que muito serviço de tradução passa de mão em mão com base em informações particulares. Muitas vezes, de tradutor em tradutor. Por exemplo, um laboratório farmacêutico tem confiança em seu tradutor de muitos anos, mas sabe que ele só mexe com medicina, jamais com jurídico. Lá pelas tantas, precisa da tradução de uns contratos e pergunta ao seu tradutor se pode recomendar alguém. Ou um tradutor qualquer se vê assoberbado de serviço e procura, entre seus colegas, quem possa ajudar no aperto. Ou uma agência pega um serviço grande e precisa de mais gente e lança um aviso geral de que está procurando quem saiba mexer com Trados. Ou um sujeito, num boteco está reclamando que a firma dele precisa de um tradutor e o teu primo lembra que você se diplomou e está aí, vendo se consegue se firmar na vida. Coisas desse tipo.

Acontece muito, não porque os veteranos mantenham o mercado na rédea curta: nem teriam como, mesmo que quisessem. Mas acontece que o nosso mercado, formado de milhares de prestadores de serviço independentes, funciona mesmo assim.

No primeiro congresso de Tradutores a que compareci, conheci a Waldívia Marchiori Portinho, tradutora porto-alegrense atualmente residindo no Rio de Janeiro e grande líder da profissão, que disse “a maior fonte de trabalho são os colegas". Quando ouvi isso, lá para 1972 ou 1973, achei que ela tinha ficado doida. O tempo me mostrou que ela estava certíssima.

Por hoje é só. Amanhã ainda falamos um pouco disso. Parece ser um assunto interessante.

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