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quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

A Comissão justa

A colega me escreveu, explicando que, de vez em quando, sobrava algum trabalho e ela repassava a algum colega e me perguntando que porcentagem seria “justo” cobrar como comissão, considerando-se o trabalho de administrar o serviço e o tempo de revisão e tal.

Para começo de conversa não acredito que haja uma "porcentagem justa". O mínimo que seria sensato reter num serviço a ser terceirizado é o que compensasse o trabalho de terceirizar. Quer dizer, se você recebeu um serviço de um cliente, gastou x horas procurando quem fizesse, distribuindo o serviço, coordenando a equipe, revisando, respondendo perguntas e o que mais seja e, no fim das contas, descobriu que, se tivesse ficando essas x horas traduzindo, teria ganhado muito mais, perdeu dinheiro de bobeira. Se ganhou exatamente o que teria ganhando traduzindo, então só empatou.

Do ponto de vista do tradutor, a conversa é outra: quanto é que eu vou receber pela tradução? Se alguém me oferecer serviço a R$ 0,05 por palavra, não adiante dizer que não está retendo comissão, porque não vou aceitar. Não vou aceitar, pelo simples motivo de que, no momento atual, tenho um excelente fluxo de serviço com preço maior e, se aceitar cinco centavos por palavra, vou me arriscar a perder algo muito mais bem pago, quer dizer, vou me arriscar a ter de pagar pela honra de trabalhar para essa pessoa.

Por outro lado, se me oferecerem serviço pela tabela do SINTRA na minha área de especialização, aceito com prazer e nem quero saber quanto o terceirizante reteve de comissão. Não é da minha conta. Espero que ele esteja ganhando uma fortuna, que tenha muitos anos de vida, e que me mande mais serviço constantemente.

Quer dizer, para mim, tradutor, o que interessa é com quanto eu fico. Minha busca é por serviços que me paguem mais, não por terceirizantes que retenham comissões menores. Então, tem a colega tradutora que diz não te dá raiva ver eles ganharem tanto e nós tão pouco?. Na verdade, não. Fico com raiva quando ganho pouco, mas paro por aí. E também paro por aqui: por hoje, é só.

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