Este é o primeiro de uma série de artigos sobre a globalização de nosso mercado. Antigamente, o mercado era a cidade onde o tradutor morava. Raros, muito raros, eram os tradutores que tinham clientes em outra cidade. Na prática, havia tradutores em São Paulo e Rio. Esporadicamente em outras grandes metrópoles nacionais, como Porto Alegre e Belo Horizonte. Em Porto Alegre houve uma fase brilhante, na velha Globo da Rua da Praia, com Henrique Bertaso delegando a Erico Veríssimo a tarefa de fazer da intelectualidade porto-alegrense um grupo de grandes tradutores. Mas eram as exceções que confirmam a regra.
Fora do eixo São Paulo – Rio de Janeiro sempre houve os juramentados. Um que outro professor que fazia as vezes de tradutor quando necessário. Mas mesmo nos grandes centros, poucos eram os que viviam exclusivamente da tradução.
Em
Hoje há profissionais aos montes: não são poucas as mulheres e homens que sustentam família a custa de traduzir. Além disso, há profissionais espalhados por todo Brasil, muitos deles atendendo uma demanda local que cresceu muito, outros atendendo a demanda nacional e mesmo internacional, via Internet. Conheço um colega que mora no interior de São Paulo e não tem firma nem registro como autônomo, porque atende exclusivamente clientes no exterior, para os quais nada disso é necessário. Não há de ser o único.
Ele, como eu e muitos outros, reside na Internet. Seus clientes sabem que ele mora no Brasil, mas não fazem idéia de em que lugar fica a cidade onde ele mora nem estão interessados em fazer.
É desse mercado que vou falar com você nos próximos dias, talvez com alguma interrupção, para não ficar monótono. Por hoje, entretanto, é só. Este foi o primeiro artigo que escrevi sem óculos, tarefa que, até agora, me parecia impossível. Não esperava tanto da cirurgia de catarata. Até amanhã.
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