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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Formação profissional do tradutor

É rara a semana em que não me escreve alguém perguntando sobre cursos. Como se eu soubesse a resposta! Conheço um que outro curso, outro dia falei aqui de um curso da UNESP, em Rio Preto; devo ter mencionado o curso da Alumni em São Paulo, que goza de excelente reputação e tal, mas certamente deixei de lado excelentes cursos e teria sido melhor se eu não tivesse dito nada. Não sou conhecedor de cursos. Não tenho envolvimento algum com o setor acadêmico nem tenho formação acadêmica alguma: quer dizer, é a pergunta certa para a pessoa errada. Além disso, o que é um bom curso para um será um curso inadequado para outro. Por isso, fazer uma recomendação aqui seria arriscado.

Se você tem dúvidas desse tipo, a melhor coisa a fazer é clicar aqui e ver o que a comunidade dos tradutores do Orkut recomenda. Ao contrário da maioria das outras comunidades do Orkut, esta é séria está sempre disposta a ajudar. Leia com atenção os dois ou três tópicos sobre cursos e ressuscite um deles, se quiser. Se você não sabe, no Orkut há várias comunidades de tradutores e sobre tradução, mas essa aí do link acima é a quente.

Lembre, entretanto, que:

  • O curso bom para você não é necessariamente o curso que foi bom para outra pessoa.
  • Nenhum curso é completo. Há muita coisa que nenhum ensina e você vai ter que aprender ou em outro curso ou na prática. Por isso, não pense que, ao sair da escola, você está pronto para o que der e vier.
  • Nem só nos cursos se aprende a traduzir. Não fique reclamando aí que tem gente sem curso de bacharelado fazendo tradução e isso é uma vergonha. Pelo menos onde eu estiver ouvindo, para não me deixar triste.

O mercado exige cada vez mais de nós. Antigamente, para ser tradutor, você precisava saber bem sua própria língua e uma língua estrangeira e ter uma boa cultura.

Aos poucos, o pessoal foi se dando conta de que havia uma coisinha chamada técnica de tradução e que não bastava saber bem duas línguas, era necessário saber traduzir, o que era uma coisa diferente.

Houve época em que tradução era coisa que se fazia nas horas vagas e as traduções técnicas eram feitas pelos técnicos na área. Hoje, com a profissionalização do mercado, cada vez mais as traduções técnicas, ficam na mão de tradutores, o que significa que os tradutores têm que adquirir conhecimentos específicos em disciplinas alheias à tradução. Ou, reduzindo a uma frase mais inteligível, significa que gente como eu teve de aprender um bocado de contabilidade para escrever pouca bobagem.

Finalmente, cada vez mais temos de conhecer informática: programas de memória de tradução, formatos esquisitos e quetais. Mesmo a turma da legendagem agora usa intensamente programas especializados. Creio que o último bastião da tradução feita sem software específico ainda é o serviço para dublagem. Cada vez mais, nas outras áreas, o conhecimento de programas de tradução assistida por computador e formatos esquisitos é pré-requisito. Não vai demorar muito, e as editoras vão acordar, exigindo que seus tradutores trabalhem em cima dos arquivos InDesign e devolvam arquivos do mesmo tipo.

Você duvida? Pois é, também – e não há tanto tempo assim – duvidavam que alguém fosse pedir arquivo eletrônico em vez de aceitar tradução em papel e conheço muita gente boa que jurava que jamais ia comprar computador.

Por hoje é só. Escrever é bom, mas trabalhar é indispensável. Até amanhã. Não se esqueça da Reunião na Sala 7, amanhã.

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