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quinta-feira, 1 de março de 2007

Intermediação e intermediários

Vamos ver se consigo dar fim a esta novelinha, ao menos por enquanto. Então, estávamos na parte em que, na hora de pagar, o intermediário não pagou. É errado, deveria pagar no dia combinado, assim como o tradutor deve entregar o serviço no dia do combinado. Mas não se pode chamar de desonesto todo intermediário que não paga no dia. Há atrasos e atrasos.

Os desorganizados

Muitos são realmente desorganizados: aceitam todos os trabalhos, privilegiam a parte de tradução e ficam sem tempo para a administração. Ou, a bem dizer, detestam administração ou são incapazes de administrar. Esse tipo de tradutor não deveria nunca se meter a intermediário, mas a turma é gananciosa e não resiste à tentação de aceitar aquelas 600 laudas. Deixar para o urubu? Nunca! Trabalhar com gente desorganizada é um suplício, principalmente quando nós próprios somos desorganizados.

O desorganizado esquece que tem que pagar e, aliás, também esqueceu de faturar o cliente, porque está desesperado com outra enorme tradução que está dividindo com outros vinte sujeitos a maioria das quais ele mal conhece e ainda atendendo telefonemas de colegas que fizeram algum serviço há meses e afirmam que ainda não foram pagos. Sem contar os credores, claro.

Os descapitalizados

O descapitalizado é o sujeito que pega areia demais para o caminhãozinho dele e precisa esperar que o cliente pague para depois pagar os outros. Está errado: o intermediário aceitou o serviço, entre outras coisas, para que o cliente não recorresse a outro tradutor (até, quem sabe, a você mesmo) e, em troca disso e de sua comissão, tem de aceitar a responsabilidade do pagamento em data certa e ajustada previamente, da mesma forma que você não pode fazer uma tradução "quando puder". Quando o descapitalizado é também desorganizado, a coisa fica realmente feita, porque esse é o tipo do intermediário que esquece de mandar a fatura, esquece de dar uma cutucada no cliente quando o pagamento não sai na data, esquece de pegar o cheque, esquece de depositar e, ainda por cima, esquece de pagar o tradutor.

Os desonestos

Esses são os piores e, lamentavelmente, não são poucos. Temos alguns colegas que só conseguiram receber em juízo. É uma chatice, porque nós todos temos mais que fazer do que ingressar em juízo contra os maus pagadores. O desonesto costuma apelar para o "o cliente não pagou" e, muitas vezes, o tradutor cai nessa. Outras vezes, apela para "o cliente não quer pagar porque não gostou do serviço". Finalmente, tem o "o cliente exige um abatimento, porque o serviço estava ruim". Saber o que ralmente sucedeu é impossível, porque, ao menos em teoria, não podemos entrar em contato com o cliente. Pior, quando o cliente é grande, mesmo que a gente tente o contato com o cliente, descobrir que é o responsável pela tradução é um perereco.

Receber do desonesto é complicado e, um dia, ainda volto ao assunto para falar nisso.

Conclusão

Não é fácil distinguir os desorganizados, dos descapitalizados, dos desonestos. Além disso, na maioria das vezes, os atrasos de pagamento se devem a uma combinação dessas três "qualidades". O melhor a fazer é fugir dessa gente. Rapidinho.

Por hoje chega. Amanhã tem mais. Obrigado pela visita.

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado pelas palavras!