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sexta-feira, 6 de março de 2009

Professores e tradutores 3/3

Agora, a terceira a última parte da mensagem da professora Vera Menezes à lista CVL, aqui divulgada com permissão dela.

Ha ainda uma situação pior. A pessoa na intenção de não te dar trabalho pede a um estudante ou a um parente pouco proficiente na língua para fazer a tradução e manda para a gente apenas dar apenas uma olhadinha. Podem acreditar, o capeta mora nesse tipo de texto assim como mora no tradutor automático. Dá vontade de chorar.

Conclusão: vamos valorizar o tradutor profissional e pagar pelo trabalho. Me dá duas alegrias: ajudar um amigo e me livrar de uma tarefa trabalhosa e que não me dá nenhum prazer.

Abraço a todos e bom carnaval.

Vera Menezes

O carnaval já passou, Vera, mas acho que agradecemos do mesmo jeito e esperamos que o seu também tenha sido bom.

Como dizem lá nossos irmãos gringos, o caminho dos infernos está pavimentado por boas intenções e a história do "dar uma olhadinha" é um pesadelo. Revisão existe para transformar uma boa tradução em uma tradução excelente. Tradução ruim, não se revisa, joga-se fora. E é difícil dizer que a tradução feita pelo tio Brederodes, que é tão culto e tudo, está um lixo inútil.


Tradução automática, então é outro perigo. Pode ser até útil na mão de quem sabe usar (espero falar disso nos próximos dias) — mas simplesmente "passar" no Babelfish é coisa de doido.


Então, ou você faz de novo e corre o risco de causar constrangimento ou ofender, ou deixa como está e acaba assumindo a responsabilidade por um texto errado.


No último parágrafo, além da gentileza para com os tradutores, a Vera ainda toca em um ponto que, para mim, é capital. Ela é professora, fundamentalmente, porque tem alegria em ensinar; se tivesse alegria em traduzir, seria tradutora. Para ser tradutor é necessário, antes de tudo, ter alegria em traduzir. É muito difícil fazer bem algo que não nos dá alegria, mesmo que nos pague bom dinheiro



Para concluir, volto a outro conceito que me é muito caro: nada impede que um professor seja, também, um bom tradutor e vice-versa; mas também nada nos obriga a concluir que quem é bom em uma atividade seja também na outra.



À Vera, mais uma vez, muito obrigado por permitir que eu comentasse sua mensagem aqui.

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