A turma se irrita com a história dos descontos por repetição. Mas tem lá sua a razão – e até algumas vantagens indiretas de que falo mais tarde. Cada vez mais a gente traduz atualizações de documentos ou documentos cheios de repetições. Ter de pagar o tradutor vinte vezes para traduzir vinte vezes a mesma coisa quando o programa de memória de tradução saca as repetições automaticamente da memória, sem esforço algum, é, realmente, dose.
Para explicar o problema, gosto de contar a história do eletricista. Você constrói uma casa, contrata um eletricista para a instalação toda. O cara faz, você paga. Dois anos depois, você faz o puxadinho e chama o eletricista para fazer umas extensões. Imagine se ele dissesse "desculpe, tem que fazer tudo de novo." Pimenta nos olhos dos outros, é colírio, como todos sabemos.
Esses reaproveitamentos sempre existiram. Antigamente, era na tesoura e cola. Agora é na base da memória de tradução. Tem suas vantagens: mil vezes traduzir usando memória de tradução do que enfrentar aquela meleca xerox de texto em inglês recortado e misturado com texto em português, cheios de riscos que me mandavam antigamente. E um dos meus clientes agora se converteu à memória de tradução. Antes, me mandava arquivos pdf imagem cheios de rabiscos. Agora manda um rtf maneiro pré-traduzido. Aleluia!
As agências não pagam ao tradutor as repetições do que for encontrado na memória delas. Por isso, o tradutor passa batido e nem olha o que está escrito. Mas o revisor é pago e deve corrigir os eventuais erros. Passa erro? Sim, passa, mas isso é falha do tradutor anterior, certo?
Agora, com licença, chega por hoje. Amanhã tem mais. Sábado tem Wordfast avançado.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
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