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segunda-feira, 21 de maio de 2007

Tradução: mercado em crise?

Desde que me conheço por gente – e faz tempo, isso – ouço dizer que estamos numa crise. Acho que é coisa de latino-americano. Dizem que no México até existe um jornal chamado "La Crisis". De qualquer forma, há dois fatores a ponderar: primeiro, que todo mercado passa por altos e baixos e o nosso não é exceção; segundo, que esses altos e baixos não afetam a todos igualmente: num momento em que "A" está sem serviço, ou pegando o que aparecer a, ao preço que aparecer, "B" pode estar pegando um filé atrás do outro. A situação fica mais confusa pela falta de dados objetivos e pelo fato de que muitos tradutores mentem desbragadamente sobre sua situação. Uns contam histórias terríveis para desestimular a entrada de possíveis concorrentes; outros exibem-se em histórias maravilhosas que jamais aconteceram.

Neste artigo e em mais alguns que pretendo escrever sobre o assunto, vou dizer um pouco do que sei, o que é muito menos do que poderia e deveria ser tido, porque não sei tudo. Vou também dar lá as minhas opiniões, que não passam de meras opiniões, quer dizer, são todas sujeitas a chuvas e trovoadas.

Vamos começar pelo câmbio. Nosso mercado sofreu uma mudança radical com a Internet. Até então, era totalmente isolado do mercado mundial; hoje, faz parte integrante dele. O mercado começou a se internacionalizar ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, com o dólar a coisa de um real e uma montanha de serviço derivado das privatizações. Naquela época, nossas tarifas brasileiras eram altíssimas em relação às americanas e várias agências foram procurar brasileiros que moravam nos EUA para traduzir, porque a tarifa americana era mais baixa que a nossa. O pessoal que, aqui, traduzia para o inglês, então, perdeu grande parte da clientela.

O fluxo de trabalho se inverteu com a queda do real e, no devido tempo, os nossos colegas que moram nos EUA, perderam clientes para os que moram no Brasil, o que gerou muitas críticas azedas e algumas quiçá um pouco descorteses.

Neste século, aumentou barbaramente a demanda por traduções para o português nos EUA e, com a queda do real, muitas agências brasileiras e mesmo tradutores independentes começaram a viver quase que exclusivamente de pegar serviços enormes nos EUA para repartir por aqui. Com a violenta queda do dólar (ou ascensão do real, como queiram), esse pessoal entrou em profunda crise.

Amanhã, falamos mais nisso tudo. Por hoje, é só. Agora, dê um pulo aqui http://www.aulavox.com/eventos/textoecontexto/index.htm para saber mais sobre o curso de Trados de sábado que vem. Obrigado pela visita e volte sempre.

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