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quarta-feira, 2 de maio de 2007

Que dicionário usar?

Outro dia, numa das listas de discussão, a turma começou a falar do Black's. Se você não mexe com jurídica em inglês, talvez nem saiba o que é o Black's, mas não faz mal, não vou falar especificamente dele, mas fazer uns comentários gerais sobre esses nossos amigos (às vezes "amigos", entre aspas, mas isso é outra coisas), os dicionários.

O Black's é um dicionário jurídico só em inglês. Famoso, um clássico. Até a sexta edição, era uma mixórdia. Na sétima, pegaram um lexicógrafo profissional e ele botou ordem no galinheiro, fazendo daquela meleca um grande dicionário. Mas havia um colega lá na lista que tinha conversado com um advogado americano e esse advogado americano não tinha dado informações muito boas sobre o Black's e dizia que muito do que lá havia só sen entendia na Lousiana, onde, para quem não sabe, vige um direito todo diferente do que se aplica no resto dos EUA.

O problema não está no Black's, mas nos tradutores. A turma acha que, como está no Black's, está certo e, se está certo, pode ser usado. Pode, mas não deve, eis a questão. O Black's, como todo grande dicionário, tem praticamente tudo, inclusive uma grande quantidade de palavras que poucos usam ou nem se usam mais. Palavras que estão lá justamente porque a maioria desconhece o seu sentido e, por isso, vai procurar lá. Como a maioria de nós faz com o Aurélio ou com o Houaiss. Usar uma palavra em inglês somente por estar no Black's é tão errado quanto usar uma palavra em português porque a encontrou no Houaiss.

Quer dizer, para a língua de chegada, é preferível procurar termos primeiro em dicionários de menor porte, de preferência os para aprendizes ("advanced learners", em inglês) que têm tudo o que o nativo normal conhece. Não se usa, numa tradução, uma palavra exclusivamente porque foi encontrada no Oxford English Dictionary.

Se você traduz jurídico para o inglês (o que exige muita coragem e um pouco de falta de juízo), além do Black's "para conferir", compre pelo menos um dicionário menor, o Giffis, da Barrons, ou os da Collins e da Oxford University Press, ambos em formato de bolso, e só saia desses se não tiver opção.

Por outro lado, para a língua de partida, o que você quer é o maior dicionário que encontrar: lá se sabe se o autor usou algum termo numa acepção rara e antiquada. Quer dizer, dicionários para compreensão e para produção de texto são coisas diferentes.

Por fim, peço vênia para lembrar que sábado vai ter a Reunião na Sala 7 de verdade. A última, acabou não saindo porque deu mico geral no meu sistema. Mas foi consertado e agora tem que dar certo. Estou testando todos os dias, para evitar a repetição do vexame.

Amanhã tem mais. Até. Se gostou do blog, divulgue entre os colegas. Se não gostou, escreva um comentário descendo a lenha.

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