Outro dia, me pediram para revisar uma tradução de um diálogo para ser lido em voz alta. Diálogos para serem lidos "mentalmente" como acontece nos contos, são uma coisa. Diálogos para serem lidos em voz alta, como num comercial de rádio ou TV são outra coisa, bem diferente.
Já te recomendaram ler as traduções em voz alta, para ver se fluem bem? Nem sempre é possível, principalmente quando o trabalho é longo, mas é um bom procedimento. Você lê, em voz alta (vão pensar que você é doida, mas tudo bem, faz parte) e, à medida que vai lendo, vai notando que certas construções são horríveis. O risco é, ao emendar as coisas esquisitas que a gente esceve numa tradução é necessário tomar cuidado para não começar a escrever coisas lindas, mas que não têm nada que ver com o original: tradutor está sempre entre Cila e Caribde.
Mas, se ler tradução em voz alta é útil, quando se trata de diálogo para ser lido, como é o dos comerciais de rádio e TV, é quase indispensável. E precisa ser realista, lembrar como é que, realmente, a gente fala. E criar um estilo que, ao mesmo tempo, seja gramaticalmente correto, para que não venham dizer que você é analfabeta, e seja natural. Por exemplo:
Criança: Mamãe, posso ter um novo (nome do produto)?
Mãe: Sim, querida, você o terá amanhã!
... por mais correto que esteja, é um absurdo. Já pensou, ligar a TV e ouvir uma coisa dessas? Você ia achar totalemente artificial, certo? Ninguém fala assim.
Até amanhã, que tem mais. Aproveite para dar uma olhada nos cursos Texto&Contexto / Aulavox para tradutores. Sábado da semana que vem tem um sobre Wordfast avançado.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
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