Ontem como você talvez saiba, foi o dia dos meus vexames: não só o problema com a "Sala 7" como também o "Magestade" aqui no blog, que me deixou mais vermelho que um pele-vermelha comunista queimado de sol. Mas, de noite, voltei ao livro do Ewandro, que fala dos erros dos intépretes e de como errar é normal. Com isso, me senti um pouco melhor.
Bom dizer que ele tem o bom gosto de não ficar fazendo aquelas listas de erros hilários cometidos pelos colegas, algo que, em si, já constitui recomendação do livro. Mas dá uma boa e merecida cacetada no que ele chama de "Alberto Roberto", o tipo de profissional que se acha a obra mais acabada de Deus.
A conversinha mole de mineiro, de que eu falei ontem, muda de tom na página 156. Aí, para usar uma expressão já antiquada, o homem vira bicho: começa a falar das entidades profissionais que congregam os intérpretes e bate duro, muito duro. Não cabe a mim, que nem intéprete sou, tomar partido na discussão. Entretanto, se você se interessa por simultânea como opção profissional, a leitura do capítulo Liberdade é escravidão, uma alusão ao 1984 de George Orwell, é essencial. Como também é essencial inscrever-se na lista trad-sim, para acompanhar a tempestuosa discussão que se desenrolou ao menos nos primeiros meses de vida do grupo e que ainda está nos arquivos. Você pode inclusive não concordar com as idéias do Ewandro – e há muita gente que não concorda – mas acho que ajudam a colocar a situação profissional em uma perspectiva mais nítida, se é que "perspectiva nítida" é coisa que se diga.
O livro vai terminando de mansinho e tem os apêndices de estilo numa obra desse tipo, com utilidade para os que vão se dedicar à profissão e a garantia de terem sido escritos por quem conhece todos os cantinhos da cabine.
Quando acabou, fiquei com pena. Estava bom de ler.
Por hoje é só. Amanhã estou aqui de volta. Espero que você também.
domingo, 15 de abril de 2007
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