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sexta-feira, 25 de maio de 2007

E o português, como fica?

Não me lembro com precisão de como foi a conversa. Foi tudo muito rápido, o rapaz apagou tudo e, agora, não dá para lembrar os pormenores. Aconteceu no Orkut. Entra lá um jovem e pergunta que achamos da tradução que ele colocou num site. Escrevia exclusivamente com maiúsculas e não usava pontuação. Eu disse que não era bom procedimento, que ele devia usar maiúsculas e pontuação como mandam as regras de ortografia.

Ela não gostou. Disse que tinha pedido opinião sobre a tradução, não sobre questões de pontuação e uso de maiúsculas em português. Irritou-se, terminou por apagar todas as suas mensagens e sumiu, provavelmente sentindo-se incompreendido.

Mas o fato é que eu – e muito mais gente – acho que o bom uso das normas da língua de chegada faz parte da boa tradução, salvo se o original exigir procedimento contrário. E o original que o rapaz traduzia, a meu ver, não exigia violação alguma da norma.

Esse foi um caso extremo, mas o desleixo de muitos tradutores com o português é uma barbaridade. Não sou dos mais puristas e já tomei muita cacetada por aceitar construções que outros acham erradas. Mas, por favor, dava para, ao menos, ver coisas fundamentais como uso de hífen? Saber que subtotal se escreve sem hífen? Usar preposições antes de pronome relativo e dizer empresas a que mandei currículos? Saber que em português se escreve 1,25%, separando o inteiro das decimais por vírgula? Curioso é ver gente que fica vermelha de indignação ao ver um "eu vi ele chegando" escreve "que disse-me" e acha que está dando uma grande demonstração se sapiência lingüística.

Será que estou ficando um velho rabugento? Sei lá. Volte amanhã para ver.

Um comentário:

Anônimo disse...

Danili, desde que comrcei a traduzir sigo uma regra: respeito ao leitor. Quero que ele entenda com clareza e não fique se perguntando: "Que que é isto?", "Como é mesmo?".
E cá pra nós: maiúsculas só em títulos e manchetes. É dose para ler.
Stella