terça-feira, 29 de setembro de 2009
Dia do Tradutor ou da Secretária?
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Música
Desaforo!
sábado, 26 de setembro de 2009
Três Pensamentos
No Brasil, e em qualquer país do mundo, a maior parte das traduções não é feita para editoras.
No Brasil, e em qualquer país do mundo, a maior parte das traduções feitas para editoras não é de literatura.
No Brasil, e em qualquer país do mundo, a maior parte das taduções literárias feitas para editoras não é de grande literatura.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Ah, Esta nossa Profissão!
Escreve o Felipe:
Danilo, escrever no blog, para mim, é um começo de reação, no entanto não atinge muita gente. O que deveríamos fazer, então? Ir às ruas? Exigir a regulamentação da profissão? Essa questão, da regulamentação, pra mim é problemática, porque alguns tradutores não possuem diploma, não que seja um fator determinante, mas, ainda assim, como criar tais regras? Acho que o primeiro passo seria o reconhecimento da profissão, seguindo o exemplo contrário do que aconteceu com o jornalismo, e, também, a conscientização popular de que somos importantes para todos, tanto quanto um professor ou médico, para que assim possamos pensar em nos mexer definitivamente.
Manter contato com profissionais mais experientes, inclusive os mais bem-sucedidos é uma excelente maneira de agir e participar.
Você precisa, tão cedo quanto possível, decidir em que time você vai jogar: no time dos chorões, da turma que fica se lamentando que não dá, que não funciona, que não pode, que alguém precisa fazer alguma coisa, ou no time dos que aprenderam a dar conta do mercado. Porque existe um mercado, sim, e não é nem de longe tão ruim quanto se diz. Dá para viver de tradução, sim. Dá inclusive para viver muito decentemente. Nenhuma maravilha, não se fica milionário, mas vive-se bem e traduzir é muito bom. Creia-me, não é só traduzir poesia que dá prazer. A Kelli, que acho que nunca tinha visto um balanço antes de começar a trabalhar comigo, agora de diverte à grande burilando textos sobre finanças. E é muito bom, muito bom mesmo. Para quem gosta de traduzir, é claro.
Outro dia, tinha aqui no jornal um músico dizendo que "ser músico profissional é gostar de tocar Parabéns a Você pelo menos uma vez por dia, porque todo dia tem um aniversariante no salão e vem alguém pedir". E tocar Parabéns a Você todo dia é muito divertido. Aliás, cada dia você toca de um jeito diferente.
À medida que for apreendendo os macetes da vida profissional, compartilhe com os seus colegas. Compartilhe não os problemas, mas as soluções. É bom para você, é bom para a profissão. Veja este meu blogue: em vez da choradeira habitual em tantos lugares onde se fala de tradução, eu sou cheio das soluções, dos otimismos, das alternativas. Foi bom para muita gente, que aprendeu, aqui e alhures, uns tantos truquinhos comigo. Mas foi bem melhor para mim.
E continue comentando, Felipe. Blogue existe porque a turma comenta. Blogue sem comentário é pura masturbação mental.
Meu próximo artigo deve ser sobre música. Há tempos estou com vontade de escrever sobre música e tradução.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Classe desunida!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Causo Relampo
É Fato que… (Edição Extra)
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Causo Relampo
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Sociedades de Tradutores
Prometi voltar a falar sobre firmas para tradutores e sobre o problema do sócio. Legalmente, Deus sabe por que cargas d’água, firmas de tradutores e outros prestadores de serviço não podem ser individuais, tem de ser sociedades. Formar uma sociedade com outro tradutor é complexo, por mil motivos, mas o sócio não precisa ser tradutor, já que a profissão não é regulamentada. Meu sócio atual é meu filho, que entende pouco de inglês e menos de tradução. Pode ser qualquer pessoa de sua confiança e, para evitar problemas, esse sócio deve ter somente 1% das cotas e não receber pro-labore. Perfeitamente legal e facilita a vida.
Outro ponto a considerar é que contador detesta abrir sociedade simples, que é o tipo que o tradutor usa. Preferem abrir empresarial, que é mais simples, se me faço claro. Alguns sequer sabem constituir uma sociedade simples e procuram convencer os clientes a constituir uma sociedade empresarial. Um dos argumentos é o custo. Não resta dúvida que tanto as despesas (quer dizer, o que é necessário pagar em termos de taxas) como os honorários (o que se paga ao contador pelo seu trabalho) são muito mais altos no caso da sociedade simples.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Tradutor não pode ter Empresa!
Às vezes alguém me pergunta sobre este assunto, notas fiscais, pessoa jurídica etc. Já li seu post mais de uma vez. E também já li aquilo que há em seu site, sobre ter chegado a hora de trabalhar. São textos simples e esclarecedores, só digo que talvez seria interessante se você dissesse que quando se refere à pessoa jurídica, está a falar da "sociedade simples", que pode adotar as formas de constituição das sociedades empresárias, mas que com estas não se confundem. Digo isso porque o tradutor iniciante ou mesmo alguém que não conheça a legislação sai por aí querendo abrir "empresa" e aí já viu…Nossa estimada profissão, segundo os intérpretes oficiais constitui atividade intelectual e, portanto, não pode constituir "empresa", pois o Código Civil veda expressamente.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Curso de Word para Tradutores - Val Ivonica
A grande maioria dos tradutores usa Word há anos, o dia todo — mas não sabe usar nem um centésimo do que o programa faz. Aí, então, chega nossa colega Val Ivonica e bola um curso de Word para Tradutores, com as coisinhas que todos nós deveríamos conhecer e a maioria desconhece.
O curso inclui
- Configuração de página
- Quebras de página e seção
- Formatação de fontes, tabelas. parágrafos e tabulações
- Cabeçalhos, rodapés e notas
- Autocorreção
- Símbolos
- Índices
- Ferramentas de revisão
Local: SBS, unidade Vila Mariana, Rua Madre Cabrini, 384 – Sobreloja.
Data: 26/09, às 9:00
Escreva para e-mail val.tradutora@gmail.com para obter mais informações, informando a versão do Word que usa e se pretende levar laptop. Não diga que eu não avisei.
TJ
Alguém aí já ouviu falar de Pimpi Coggins? Eu, nunca, antes de hoje. Ela foi convidada a contar sua história de tradutora na 50ª edição do TJ. Comecei a ler, e escreve bem, a mulher. Mas, de repente, me senti relendo coisas. Vejam se vocês já leram algo parecido:
"Learning and investigating what different programs can do to improve our work shouldn't scare us. Believe it or not there are still some people who use the computer as a glorified typewriter, while others refuse to accept new technology. It took me three years to convince a very close friend of mine to buy Trados. Today, even though he doesn't use it to its full potential, he won't even translate a short sentence without it. Learning new things is not easy, but it is a necessity in our industry and keeps our mind from stagnation." (o Danilo tem uma história igualzinha, igualzinha, mas com Wordfast, se não estou enganada.)
"...the camaraderie among translators is vital to maintain your sanity. Knowing that if you have to work until the wee hours of the morning, Messenger will be by your side. To be able to reach a friend who will assist with a word or phrase, to know that there is always someone out there who is willing to extend a helping hand in the middle of the night. Priceless!"
"Other profiled translators before me have already mentioned the importance of becoming active in professional associations, and I could not agree more."
Algumas coisas aí me parecem puro Danilês. Outras, já ouvi de outros profissionais bem-sucedidos. Eles estão todos aí, entregando o ouro para nós, que estamos começando. Creio que são as três dicas que mais li até hoje para os iniciantes de tradução:
1. Conheça as tecnologias ao seu dispor. Estão aí para ajudar, aumentar seu rendimento, e consequentemente, seu ganho. Sim, custam caro. Mas quem quer ganhar mais deve estar disposto a gastar mais. Eu, por exemplo, fiz um empréstimo gigante, para as minhas possibilidades atuais, mas aproveitei a promoção do MemoQ (50% de desconto!) e ainda me dei um note, para poder trabalhar em minhas viagens.
2. Mostre-se. Não adianta resolver virar tradutor e não contar para ninguém. Vá a seminários, conferências, torne-se um membro de associações sempre que puder. Participe de fóruns na internet, ajude outros tradutores. Tudo isso é vitrine. Não pense que orkut e twitter são brincadeiras de adolescente, porque não são só isso. Tem muito trabalho rolando nessas redes sociais. Muito mesmo.
3. Mantenha contato com outros tradutores. A era da solidão se foi, acabou, e enquanto houver internet, ela não volta. Alguns vão te pedir ajuda, outros vão te ajudar, outros vão virar amigos de trocar receitas, nomes de médicos e dicas para acalmar filho de visita. Mas, quando bater aquela solidão, ou aqueles terrores de prazo curto, de branco, de não conseguir encontrar uma tradução decente, sempre vai ter alguém ali para ajudar. Isso dá um conforto que eu não consigo descrever.
Tem algumas outras, sempre repetidas, mas creio que a Pimpi falou das principais, aqui.
Não me esqueci: nosso artigo do TJ, sobre plágio, está dando o que falar.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Traduzir Shakespeare e Zé da Ilha.
Fiquei feliz porque estou traduzindo um texto interessante e bem escrito, como há tempos não aparecia. É um texto elegante, em linguagem formal, mas claro e fácil. Aliás, acho que o melhor teste para saber se um texto é bem escrito é tentar traduzi-lo. O texto bem escrito, por mais erudito e complexo que seja, é sempre fácil de traduzir. Já o texto "pseudo" bem escrito é como aquele pedaço de carne que, numa primeira olhada, parece macio. Mas basta cortá-lo ou tentar digeri-lo para ver que está cheio de nervos. Tem muita gente por aí achando que escrever bem é tentar enrolar. E aí a gente sofre para mastigar os "nervos" da redação.
domingo, 13 de setembro de 2009
Agências: Cada Cabeça, uma Conta.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
A História não Grudou
Falando da má conta em que as agências costumam ter os tradutores, falei da acusação de ganância, que me parece injusta. Agora, falo de uma acusação justa: a de que muitos tradutores são bichos roleiros. E são mesmo. Deixa contar um caso para você. Não é o único, mas é um de que me veio à cabeça agora.
Recebemos, eu e uma colega, uma encomenda para um feriadão. A encomenda veio do exterior e o cliente não tinha a mais remota ideia do que acontecia aqui. Ela aceitou entregar a tradução na quarta de noite, eu aceitei revisar durante o feriado. Entrega direta para mim, na noite da véspera do feriado, com cópia para o cliente.
No dia da entrega, nada. No dia seguinte, cliente me escreve perguntando se tinha recebido. Não, não tinha. Prazo apertado, essas coisas, que você já conhece. Cliente liga da Europa para a casa da tradutora, ninguém atende. Começou, então, um diálogo surrealista por e-mail. Vou resumir, aqui.
A moça jurou que tinha mandado, na hora prometida. Se o serviço não tinha chegado nem ao cliente nem a mim, era por algum problema de internet, pelo qual ela não podia se responsabilizar. Só podia mandar de novo quando terminasse o feriadão, no domingo, porque o arquivo estava no computador doméstico, e ela estava num hotel, a 400 km de SP. Não podia re-enviar a mensagem porque tinha sido mandada de uma conta de gmail cuja senha não lembrava e que estava anotada em casa. Quer dizer, não dava de jeito algum.
Mandou no domingo de noite, faltava um pedaço. Avisei, respondeu horas depois, pedindo desculpas, dizendo que não entendia por que o arquivo tinha ficado incompleto, enviando agora o arquivo inteiro. Arquivo cheio de erros e problemas, serviço picaretado a mais não poder.
Jamais o cliente e eu vamos saber ao certo o que aconteceu. Temos nossas suspeitas. Na história da moça nenhum de nós dois acreditou — nem você está acreditando agora. A história era perfeita, totalmente plausível, não havia como provar que ela estivesse mentindo, mas não grudava. Simplesmente, não grudava.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Mais agências, ainda
Recado para SK
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Você trabalhou no feriado?
domingo, 6 de setembro de 2009
Nota da Martin Claret?
Prezados amigos,Vamos, primeiro, presumir que a nota seja autêntica, quer dizer, que tenha, de fato, sido escrita e publicada pela Martin Claret.
Tendo em vista matéria publicada recentemente em jornal desta capital, com denúncias de plágio envolvendo a Martin Claret e outras editoras, vimos esclarecer que, no passado, tivemos a infelicidade de contratar alguns profissionais da área de tradução que não se mostraram à altura do trabalho. A esse fato, acresce o interesse de parte da concorrência em nos alijar do mercado editorial, divulgando notícias desmedidas e distorcidas, sem jamais falar também das medidas corretivas já tomadas por esta editora. Estamos processando judicialmente os responsáveis por essa campanha contra a Martin Claret.
De resto, garantimos que estamos dirigindo todos os nossos esforços para corrigir eventuais erros cometidos no passado, bem como para garantir aos nossos leitores livros de qualidade, no mesmo nível das melhores editoras do país.
Atenciosamente,
"Um líder só cumpre sua função quando compartilha. Os sucessos são sempre do grupo"
Uriel Fernandes
É fato que a Martin Claret tem sido muito citada, pela imprensa e pelo blogue da Denise Bottmann, por acusações de plágio, acusações que chegaram até à Wikipedia, onde, hoje, dia 6 de setembro de 2009, está escrito:
Acusação de Plágio: Há anos a editora vem sofrendo diversas acusações de plágio provenientes de diversas traduções. Em 2000, ela respondeu a uma intimação judicial da Companhia das Letras, reconhecendo posteriormente ter usado uma parte das traduções de Modesto Carone para três novelas de Franz Kafka (1883-1924): "A Metamorfose", "Um Artista da Fome" e "Carta ao Pai". Já em 2007, por sua vez, a obra A República, de Platão, tinha a tradução assinada por Pietro Nassetti, mas na verdade o texto é uma adaptação com pequenas mudanças da tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, uma das maiores especialistas portuguesas em Grécia Antiga. O editor Martin Claret, dono da Editora Martin Claret, admitiu que "sua" edição de A República, de Platão, é plágio da edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Há ainda a suspeita de que muitos outros livros da editora usem traduções plagiadas, já que poucos e desconhecidos nomes, como por exemplo o de Alex Marins e Jean Melville, assinam variados títulos publicados por ela. Pietro Nassetti teria traduzido Shakespeare, Maquiavel,Descartes, Rousseau, Voltaire, Schopenhauer, Balzac, Poe e outros.A Wikipedia é dinâmica e, se você clicar no link, pode encontrar outro texto. Mas o que está acima é o que eu encontrei.
Voltando à nota, não entendi o "esclarecimento". O que querem dizer com "a infelicidade de contratar alguns profissionais da área de tradução que não se mostraram à altura do trabalho"? Que pagaram tradutor para fazer o serviço e ele copiou de outrem e apresentou o serviço como seu? Se essa interpretação está correta, a editora foi lograda e tem todo o direito de espernear. Devem ter o nome, endereço e CPF de Pietro Nassetti creditado por traduções de Marx, Descartes, Rousseau, Nietzsche, Weber, Shakespeare, Kafka, Platão, Maupassant, Dostoyevsky, Goethe e Sun-Tzu e devem pegar no pé dele, com gosto, como devem pegar no pé de todos os outros que agiram dessa forma.
Também deveriam pegar no pé do pessoal interno que não se deu conta de que era muita banana por um tostão o mesmo sujeito traduzir tanta coisa de tanta gente - talvez até em tão pouco tempo. Esse tal de Pietro Nasseti, como outros de quem a Claret aparentemente alega, na nota, ter sido vítima, é uma vergonha para a profissão e, como tradutor, gostaria de ver seu nome como réu de algum processo, sei lá por que alegação, que não sou advogado. Mas que dá raiva, dá, o sujeito cobrar por ter apresentado ao cliente uma tradução furtada a alguém mais.
Não sei quem estaria interessado em alijar a MC do mercado. Digo que eu não estou. O catálogo deles está cheio de coisas interessantes, como a Ilíada na tradução extraordinária de Odorico Mendes (não que tenha sido atribuída a ele, mas é disso mesmo que a nota fala e que eles estão procurando corrigir) e seria uma pena vê-la fora do mercado.
Por fim, uma queixa amarga, da falta de menção das medidas corretivas já tomadas. Sim, isso é mau. Quem divulgou o erro tem que divulgar a correção. E eu teria imenso prazer em divulgar as medidas corretivas tomadas pela MC aqui e em qualquer outro lugar onde eu possa escrever, desde que soubesse quais são. A nota, lamentavelmente, cala tanto sobre essas medidas quanto calam os concorrentes de que se queixa.
Seria também interessante que a MC divulgasse os nomes das pessoas a quem está processando. Espero que sejam os cachorros grandes, a parte da concorrência interessada em alijar a editora do mercado editorial, e não só os tradutores e jornalistas que divulgaram os casos de plágio que a própria MC agora indiretamente reconhece. Esses deveriam receber da MC uma nota de agradecimento, porque todo aquele que avisa que eu fui logrado (como a MC afirma que foi) é meu amigo e merece meu agradecimento. Aliás, ainda que mal pergunte, a MC está processando os tradutores que a lograram? Quer dizer, a gente processa o criminoso, não o que grita "pega ladrão!" Ou estou enganado?
Mas custa acreditar que a nota seja verdadeira. Algo, aqui nas mais profundas e obscuras brenhas do meu bestunto, me diz que é uma falsificação. Que a MC foi, mais uma vez, vítima de gente "do mal". Nesse caso, hipoteco a eles toda a minha solidariedade. Publicar plágios é errado, mas falsificar declarações é igualmente errado e erradíssimo está quem queira combater um erro com outro.
Na hora em que descobrir o que eles estão fazendo para resolver o problema, publico aqui tudo direitinho.
sábado, 5 de setembro de 2009
Ferramentas e Estilo
Estava lendo um de seus posts sobre tradução, sobre alguns tradutores que mantêm o estilo próprio, não o do autor, deixando todos os textos com a mesma "cara", e pensei nas ferramentas de tradução.Você acha que, na tradução literária, com o uso de uma memória de tradução, esse problema poderia ser intensificado?
Quem é bom fica melhor com as ferramentas de tradução (Wordfast, Trados, MemoQ etc.). Quem é ruim, fica pior ainda. Quer dizer, o uso de ferramentas de tradução vai impor o estilo exclusivamente se o tradutor já tem essa tendência maligna. Elas, sozinhas, não fazem mal a ninguém.
Mais Agências
O nosso mercado é altamente pulverizado: há milhares e milhares de tradutores, cada um com suas especialidades, como há milhares e milhares de clientes, cada um deles com suas necessidades. Em um mercado como esse, é normal o aparecimento de intermediários. Há bons e maus intermediários e intermediação, como todo serviço, tem um preço, que os usuários podem achar vantajoso ou não.
Os serviços prestados pelas agências também variam muito. Para citar dois exemplos recentes e extremos que aconteceram comigo, uma empresa canadense precisava de alguém que fizesse tradução financeira do inglês para o português do Brasil. Não tinham a mais leve ideia de onde encontrar a pessoa adequada. Então, ligaram para uma agência, que oferecia traduções para mil e uma línguas.
A agência era pequena e não conheciam ninguém que pudesse fazer o serviço, mas a dona tinha um gordo caderninho de endereços, que vem cevando há anos, e, pergunta-que-te-pergunta, chegou a mim. Como o cliente não tinha o caderninho de endereços e o serviço era pequeno demais para justificar virar o mundo de pernas para o ar para achar um tradutor, o serviço saiu mais barato que se ele investido o tempo necessário para achar quem fizesse. Aliás, a agência me pagou bem, porque eu conheço aquela palavrinha mágica que nos faz ganhar melhor e venho aplicando há muitos anos.
Segundo caso: uma enorme financeira precisa, periodicamente, de documentos traduzidos para alemão, chinês, espanhol, francês, grego, holandês, italiano, japonês, norueguês, português, sueco e tcheco. Os documentos têm coisa de 120.000 palavras e precisam passar por editoração eletrônica nas respectivas línguas, o que está longe de ser fácil. Para essa empresa, montar um departamento de traduções para tocar essa tarefa durante um mês louco e ficar onze meses sem fazer nada, é loucura. Procuram uma agência, que tem pessoal especializado e cuida do serviço com tranquilidade. Claro, cobram, e cobram alto, porque é uma trabalheira infernal. Mas não pensem que o cliente final não fez as suas continhas antes de terceirizar a tarefa.
Ainda volto ao assunto. Bom feriado.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Wikipedia e a tradução
Eu sei que a primeira coisa que vão dizer é que a Wiki não é confiável. Bom, eu acredito que ela é tão confiável quanto qualquer enciclopédia; se o meio virtual aceita qualquer coisa, o papel também. Tive uma professora na faculdade que simplesmente não aceitava informações tiradas da internet, em pleno século XXI! Nunca entendi quem acha que uma coisa é mais confiável que a outra só porque está no papel. Com isso, não quero dizer que toda informação lá seja correta, mas sim que há de se ter senso crítico para qualquer coisa que se leia.
Voltando ao tema: a Wiki ajuda bastante, principalmente com versões. Acho que a grande sacada é que lá não vai ser tão comum haver termos que não se usam, como os dicionários têm. Então eu faço assim: se, por exemplo, estou vertendo um texto para o inglês, procuro o termo que eu quero em português. Quando estou no artigo que eu procurava, olho na coluna do lado esquerdo. Geralmente, tem uma lista de idiomas ali, que varia conforme o artigo. Se tiver em inglês, ótimo, é só clicar ali que eu vou parar no artigo sobre a mesma coisa, mas em inglês. Às vezes isso não é possível, porque ou não tem o artigo em português ou não tem em inglês. Aí é procurar outras fontes, claro. Outras vezes, o termo que se quer não tem um artigo próprio, mas pode aparecer em artigos relacionados; vale a pena dar uma pesquisada.
Em tempo: não estou dizendo que a Wikipedia deva ser sua primeira alternativa, apenas que é mais uma.
Cliente Desiste de Agências
O blogue andou meio parado, mas não abandonado. Às vezes, fico me perguntando como é que o jornalista profissional consegue escrever matéria nova todo dia, porque tem dia que, por mais que eu explore as brenhas do meu bestunto, não aparece nada que me dê vontade de explorar aqui. Depois, num dia, podem aparecer vinte coisas magníficas, com ideias mil. Outro dia, até que aparece uma ideia, mas o sufoco do serviço não permite desenvolver.
Hoje, a ver se falo de um comentário de minha amiga Dayse Batista na trad-prt, uma lista na qual fui já muito ativo e a qual hoje só assisto de camarote. A Dayse conta que um cliente dela está deixando de lado as agências, para tratar com tradutores diretamente.
Tradutor odeia agência e as agências (não contem para ninguém), de modo geral, não tem boa opinião dos tradutores. Para falar a verdade, acho que ambos têm seu tanto de razão, mas isso é outra conversa.
Tradutor tende a ver agência como um mero intermediário indesejável, que cobra demais, paga de menos (Por que “demais” é junto e “de menos” é separado? Ou será que estou errado? Coisa mais esquisita!) e não faz nada. Mas onde o mercado é muito pulverizado, como o nosso, sempre surgem intermediários. É o intermediário que dá liquidez ao mercado. Se você trabalhar com meia dúzia de boas agências, vai ter uma vida mais calma e tranquila do que com meia dúzia de bons clientes diretos.
O problema está em encontrar “boas” agências, porque o primarismo empresarial da maioria delas é chocante, como, aliás, o primarismo empresarial da maioria das editoras. Um amigo meu, gerente de uma editora, foi fazer curso de administração e fez um TCC sobre a empresa em que trabalhava, metendo o pau de rijo no atraso deles. Ainda bem que o dono, que acha tudo isso de administração uma bobajada muito grande, recebeu uma cópia do trabalho mas nem leu. Se tivesse lido, o rapaz teria perdido o emprego.
Mas me perdi no meu próprio artigo. Amanhã volto e talvez consiga dizer o que quero, que é importante.