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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mais agências, ainda

Outro dia, mencionei que muitas agências não têm uma opinião muito boa dos tradutores. É verdade. Às vezes, concordo com elas; outras vezes, não.

Há tempos, a dona de uma agência se queixava do que ela chamava a ganância dos tradutores. - Hoje em dia dizia ela - todos querem ganhar X por lauda. Como é que eu posso pagar tanto, se o máximo que eu consigo cobrar é Y, porque é isso o que os outros cobram?

Como ela pode pagar tanto por lauda, eu não sei, nem é problema meu: não me meto com a vida alheia. O meu problema é como é que eu vou conseguir pagar a conta do supermercado e, com menos de X por lauda, eu não consigo.

Lembra da minha mãe, que achava que os outros tinham de cobrar dela o que ela queria pagar e que era uma grande cachorrada deixar de pintar a casa dela por dez, para ir pintar a casa dos outros por quinze.

E, por favor, pare de dizer que você cobra no máximo Y, porque isso é o que os outros cobram. Pare de jogar a culpa nos outros, porque, neste mesmo momento, tem outra dona de agência dizendo que também não pode cobrar mais do que Y (e, portanto, não pode pagar X) por causa "dos outros". Você é a outra dos outros, sempre foi e nunca vai deixar de ser. Faça alguma coisa, não espere que 'os outros" façam. Não me pergunte o que os tradutores estão fazendo: todo tradutor que diz, "não trabalho por Z, meu mínimo é X", já está fazendo alguma coisa. E quem está agindo assim, está conseguindo viver melhor, o que é direito de todos.

Mas, muitas vezes, lamentavelmente, a agência reclama dos tradutores com toda razão. Amanhã, falo disso.

Um comentário:

Anônimo disse...

D.

Essa história dos "outros" parece praga! Um dia li uma frase que repito para os meus filhos: "Não seja ator coadjuvante da própria vida." É um tal de esperar que os outros façam, tal coisa não aconteceu porque os outros impediram. E fica tudo na mão dos outros. Até quem larga o carrinho do supermercado no meio do pátio de estacionamento atrapalhando e pondo em risco o carro alheio está crente que é obrigação dos outros recolher o dito cujo!

Que tal viver em primeira pessoa?

Raquel Schaitza