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quarta-feira, 29 de novembro de 2006

A ilusão de segurança

De vez em quando aparece um cliente com uma grande oferta de serviço. Grande quantidade, serviço firme. Claro, como é seguro e tal, um verdadeiro emprego, vem lá aquele pedido de um descontinho amigo. Coisa pequena, 30% é suficiente.

Pule fora.

Durante algum tempo, vão te mandar montes de serviço, nas horas mais estranhas, pedindo as coisas mais estranhas e você jamais vai ter coragem de recusar. Pode ser até demais para você, mas você não quer se arriscar a ver um concorrente no pedaço. O serviço vai crescer, até que você vai abandonar seus outros clientes, conquistados com tanto esforço. Lá pelas tantas, praticamente todo o seu serviço é para aquele cliente.

Um dia, mudam os ventos. Alguém é demitido, promovido ou transferido e o novo encarregado acha um absurdo o que se está fazendo. Ou não gosta do teu serviço. Ou acha que você ganha demais. Ou tem um amigo tradutor. Ou mudam os planos da empresa. Ou a empresa é vendida.

E param de te dar serviço. Para, simplesmente, param.

Aí você vê que esse “verdadeiro emprego”, de emprego, não tem nada. Não tem férias, não tem 13º, não tem FGTS, não tem aviso prévio, não tem convênio. A rigor, não tem nada. Acabou e você não recebe um tostão. E perdeu seus outros clientes. E, durante meses, recusou serviço. E, durante meses, não cultivou novos clientes.

Mas aí já é tarde. Se, com isso, você entender que a segurança não está no grande cliente, mas sim numa boa quantidade de gente que te mande pouco serviço, de tal modo que nenhum cliente signifique mais que 20% do seu faturamento, menos mal.

Estou escrevendo isto tudo porque já aconteceu comigo.

Até amanhã.

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