Voltando ao assunto, que, aliás, não tem fim, uma das razões pelas quais não gosto de repassar serviço é a questão da responsabilidade pelo pagamento.
Penso assim: quando traduzo, faço questão de, antecipadamente, acertar com meu cliente uma data de pagamento e de receber nessa data. Quando repasso serviço a um colega, fico eu sendo o cliente dele e acho que tenho a obrigação de garantir uma data fixa para o pagamento e de cumprir essa promessa. Para isso, precisaria ter capital de giro que me permitisse pagar no prazo combinado independentemente do que fizesse o cliente. Tenho lá algum dinheiro, é fato, mas não é coisa que possa ser usada como capital de giro do escritório. O cliente final pode atrasar, atrasar muito e mesmo não pagar e como é que fica o tradutor?
Sei de tradutores desesperados que aceitaram a história de “quando o cliente pagar você recebe” e, como não recebiam, cansados de ligar para o intermediário sem obter resultados, em desespero de causa, ligam para o cliente, o que causa sempre muito mal estar, porque o intermediário reclama que é falta de ética. Quer dizer, tem que esperar, quietinho, e ainda dizer obrigado quando o pagamento chega.
Alguns intermediários relutam em pressionar o cliente pelo pagamento, para não parecerem chatos. Estão, na verdade, fazendo cumprimentos com chapéu alheio, porque estão fazendo concessões com o dinheiro que pertence ao tradutor, não a eles próprios.
Outros, aceitam todo tipo de serviço, sem procurar ver se o cliente final é de confiança.
O pior, mesmo, é quando o tradutor liga para o cliente final, para suplicar pagamento, e descobre que já foi feito há muito tempo. Mas isso já é outra conversa.
Obrigado pela visita e volte sempre.
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