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terça-feira, 14 de novembro de 2006

Você conhece um bom glossário?

A Internet está cheia de glossários de diversos tipos, páginas com links para glossários e páginas com links para páginas de links para glossários, sem falar nos mil glossários que estamos sempre compartilhando uns com os outros. Tenho até um programa grátis, o xBench, que me permite consultar todos os meus glossários ao mesmo tempo.

Mas é preciso tomar muito cuidado com esses glossários. Por exemplo, circula por aí uma alma penada de glossário, cuja criação é atribuída a dois grandes escritórios de advocacia e a uma grande firma de consultoria, conforme a história que contam quando nos mandam uma cópia. Entretanto, esse glossário nada mais é que uma compilação de diversos outros glossários, sem análise nem crítica alguma e, de par com soluções corretas, contém erros monumentais. A primeira vez que me mandaram, foi há uns dez anos. Deste então, recebi várias outras versões, sempre com mais e mais acréscimos, cada um mais esquisito que o anterior.

Entretanto, como é distribuído como “o glossário do/da _____” goza de grande crédito entre alguns tradutores e, conseqüentemente, é a fonte de algumas das mais terríveis bobagens tradutórias que já se fizeram. Se você tem um desses, cuidado: ele jamais foi validado por alguém que tivesse bons conhecimentos da área e foi sofrendo adições de diversos tipos, muitas delas bisonhas. Quer dizer, nenhuma das três conhecidas e respeitáveis firmas cujos nomes normalmente são associados com o texto tem alguma coisa que ver com ele.

Caso semelhante se dá com uma coletânea de glossários disponibilizada por uma universidade conhecidíssima, que não são pesquisas acadêmicas feitas profissionais tarimbados, como muitos pensam, mas sim trabalhos de alunos inexperientes, muitas vezes, feitos às pressas. Não tenho conhecimento de todas as áreas cobertas por esses glossários, mas, nas áreas que conheço, posso dizer que são muito fracos.

Considere tudo que encontrar em um glossário como uma sugestão, uma sugestão que precisa ser confirmada e validada de alguma outra forma, usando um documento monoglota. Conferir um glossário bilíngue com outro bilíngüe não vale: é bem possível que um tenha sido copiado do outro, como o tal do glossário jurídico que aparece com três nomes e os mesmos erros.

Obrigado pela visita, deixe seu comentário, e volte amanhã, que tem mais.

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