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segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Taxa de urgência

Existem duas concepções de “taxa de urgência”: a primeira é a remuneração extra por um esforço extra, necessário para entregar o serviço no prazo desejado pelo cliente; a segunda, uma taxa cobrada para fazer o serviço de um cliente antes do serviço dos demais. Nenhuma das duas é fácil de aplicar.

Se você está de serviço até os olhos, 1000 palavras para daqui a dez dias podem significar ter de trabalhar até de madrugada mais um dia em uma semana enlouquecida. Se você está sem o que fazer, 4000 palavras para amanhã podem não significar nada.

Tem também a questão dos feriados religiosos: se você for católica praticante, trabalhar na sexta-feira santa pode ser impensável e uma tradução para depois da semana santa pode exigir virar a noite do domingo de páscoa. Se você não for católica, pode não fazer a menor diferença.

“Tirar o serviço do cliente da fila”, por outro lado, pode não significar nada quando você está com pouco serviço, mas pode ser altamente antiético quando fosse resultar em atraso na entrega de outros serviços para outros clientes.

Por isso, taxa de urgência é algo muito flexível, que se cobra quando se acha que o cliente vai pagar.

A taxa de urgência também tem um valor dissuasório-probatório: se o cliente liga ás seis da tarde e diz que quer o serviço para as nove da manhã do dia seguinte e você não é do tipo coruja, diga que trabalho à noite custa o dobro, assim você fica sabendo se o serviço é urgente mesmo. Se for, o cliente paga. Mas minha experiência indica que, geralmente, nesses casos, o cliente depois de algumas interjeições mais ou menos delicadas opta por aceitar um prazo de 48 horas para o serviço e você vai dormir em paz com sua consciência.

Então, na verdade, cobra-se taxa de urgência quando se acha que pode, o que inclui um elemento de risco, porque você pode exigir taxa de urgência e o cliente enviar o serviço para outro.

Quanto cobrar de taxa de urgência é outro problema. Não me venha, por favor com “o justo”. Isso não existe. Você cobra o que quer, o cliente aceita se quiser.

Quem não arrisca, não petisca; mas também não vira petisco.

3 comentários:

Jim disse...

Muito boa a iniciativa de mais um blog sobre a arte de traduzir.
Vida longa a este blog!
Um abraço

Jeovane Cazer

LuSinger disse...

Oi Danilo,
Estou achando esse blog ótimo!
Eu ainda acrescentaria como "urgência" tudo o que ultrapassa a média diária de palavras que o tradutor consegue traduzir por dia.

LuSinger disse...

Oooops... esqueco de assinar... Lucia Singer.. ;-)