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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cliente Desiste de Agências

O blogue andou meio parado, mas não abandonado. Às vezes, fico me perguntando como é que o jornalista profissional consegue escrever matéria nova todo dia, porque tem dia que, por mais que eu explore as brenhas do meu bestunto, não aparece nada que me dê vontade de explorar aqui. Depois, num dia, podem aparecer vinte coisas magníficas, com ideias mil. Outro dia, até que aparece uma ideia, mas o sufoco do serviço não permite desenvolver.

Hoje, a ver se falo de um comentário de minha amiga Dayse Batista na trad-prt, uma lista na qual fui já muito ativo e a qual hoje só assisto de camarote. A Dayse conta que um cliente dela está deixando de lado as agências, para tratar com tradutores diretamente.

Tradutor odeia agência e as agências (não contem para ninguém), de modo geral, não tem boa opinião dos tradutores. Para falar a verdade, acho que ambos têm seu tanto de razão, mas isso é outra conversa.

Tradutor tende a ver agência como um mero intermediário indesejável, que cobra demais, paga de menos (Por que “demais” é junto e “de menos” é separado? Ou será que estou errado? Coisa mais esquisita!) e não faz nada. Mas onde o mercado é muito pulverizado, como o nosso, sempre surgem intermediários. É o intermediário que dá liquidez ao mercado. Se você trabalhar com meia dúzia de boas agências, vai ter uma vida mais calma e tranquila do que com meia dúzia de bons clientes diretos.

O problema está em encontrar “boas” agências, porque o primarismo empresarial da maioria delas é chocante, como, aliás, o primarismo empresarial da maioria das editoras. Um amigo meu, gerente de uma editora, foi fazer curso de administração e fez um TCC sobre a empresa em que trabalhava, metendo o pau de rijo no atraso deles. Ainda bem que o dono, que acha tudo isso de administração uma bobajada muito grande, recebeu uma cópia do trabalho mas nem leu. Se tivesse lido, o rapaz teria perdido o emprego.

Mas me perdi no meu próprio artigo. Amanhã volto e talvez consiga dizer o que quero, que é importante.

6 comentários:

Eu mesmo disse...

"Por que “demais” é junto e “de menos” é separado? Ou será que estou errado? Coisa mais esquisita!"

Pois é, assim como "embaixo" é junto e "em cima" é separado... É por coisas assim que a gente vê, às vezes, textos com "encima", etc.

Abraços!

Ágata disse...

Já queria ter comentado nesse post antes, vamos ver se agora vai!

"Tradutor odeia agência e as agências (não contem para ninguém), de modo geral, não tem boa opinião dos tradutores."
Então... não conta pra ninguém, mas eu trabalho pra agência. E é bem "não conta pra ninguém" mesmo, porque eu sempre tenho a impressão que, quando eu comentar que trabalho pra agência, outros tradutores sempre vão me dar uma olhada assim torta como quem diz "essa traidora da classe, dando apoio pra esses exploradores!"

Mas acontece que eu gosto de trabalhar pra agência. Foi onde eu aprendi a traduzir e aprendi o que era o dia a dia de um tradutor de verdade, com prazos, pesquisando dicionário, tendo que se virar porque o cliente quer aquilo daquele jeito e pronto. Comecei numa agência como estagiária e agora, dois anos e pouco depois, sou tradutora interna deles. Foi o jeito que eu encontrei de entrar no mercado de trabalho que eu queria. Outras pessoas fazem de outro jeito, essa foi a forma que eu encontrei.

Eu não preciso me preocupar em fazer nota fiscal pro cliente, em arrumar formatação de arquivo gigante em pdf ou em correr atrás de cliente que não paga. Gostava de poder virar e perguntar pro revisor com experiência em engenharia o que diabos é uma árvore de natal molhada e de estar perto de quem revisa o meu trabalho pra poder receber um feedback na hora, pessoalmente e bem explicadinho. E ainda tenho vale refeição e seguro saúde. Claro que de minha parte eu também tenho que, várias vezes, me virar aqui pra resolver problema deles. Mas isso eu acho que faz parte desse tipo de relacionamento profissional.

Ágata disse...

O que eu acho que vale a pena falar é que eu só me dou bem assim com a agência pra qual eu trabalho porque desde o começo sempre me esforcei ao máximo pra mostrar pra eles como é ser tradutor e o que isso exige, e tive sorte deles sempre estarem dispostos a ouvir. Comunicação é uma arma bastante poderosa. Não adianta, por exemplo, o Gerente de Projetos estar sempre preocupado em me fazer trabalhar mais do que eu consigo e eu estar sempre preocupada em conseguir trabalhar o mínimo possível. Acabei conseguindo criar uma situação com meu "superior direto" em que ele sabe que eu vou fazer o que ele pedir, porque eu sei que ele não vai me pedir absurdos.

Bem lá no fim das contas, acho que falta profissionalismo no mercado. Da maioria das agências e da maioria dos tradutores que trabalham com agências. Tendo profissionalismo e comunicação, acho que a situação toda ficaria mais fácil pros dois lados.

Espero não ter me empolgado demais no tamanho do comentário...
Abraços!

Danilo Nogueira disse...

Ah, Ágata, eu tenho NFPJ, tudo isso, ma vou de agência também. Sim, tem quem me olhe de cima, e diga "eu não trabalho para agências". Como diria minha avó, quando a gente recusava comida, "melhor, mas fica!".

Sandra Navarro disse...

Por que "tudo junto" é separado e "separado" é tudo junto?

Ah, essa vcs já conheciam...

:-)

Dayse Batista disse...

Tradutor e agência, Danilo, é como casamento de antigamente: ambos se suportam, o amor não existe mais (se um dia houve), a união é por conveniência, e ambos querem se ver livres um do outro, mas sabem que sozinhos morrem de fome.

Mas falando sério, é uma relação de dependência mútua, mais ou menos agradável, dependendo da parceria (como muitos relacionamentos), mas quase inevitável.

Beijo,

Dayse