Terminei o último capítulo dizendo que Uma boa tradução, em minha opinião, também deve respeitar as normas do português e o estilo do autor. Isso é muito bonito e tal, mas é mais complicado do que parece.
Confesso que me expressei mal e gostaria de reformular a frase. Melhor seria dizer uma boa tradução deve soar idiomática em português e respeitar o estilo do autor. Quer dizer, mais do que respeitar a norma, que muita gente acha que é a tal da norma culta que as gramáticas dizem refletir, é necessário que a tradução soe idiomática, natural, parecendo português e não tradutorês.
Muitas das piores traduções que se andam por aí não têm erros de gramática, mas não soam idiomáticas, quer dizer, contêm termos e construções que somente se encontram em traduções – e é disso que pretendo falar em alguns dos próximos capítulos. O tradutor pode defender seu trabalho de Napoleão Mendes de Almeida em punho, se quiser. Mas não está bom. Se o revisor for inteligente e mudar alguma coisa, o tradutor pula prove que está errado!
Não, errado, a bem dizer, não está. Mas que está errado, lá isso está. E não pouco. Muito como o tupiniquinglish que a gente vê em textos escritos em inglês por brasileiros. A gramática está certa, o vocabulário está correto, mas o texto está um horror.
Mais do que os falsos cognatos, que atemorizam tanta gente, é um tradutores que me atormenta e que venho tentando arrancar de minhas traduções há muito tempo, com muito esforço.
Amanhã, espero, vou poder dar um par de exemplos do problema. Por hoje é só. Obrigado pela visita e não se esqueça da Reunião na Sala 7.
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